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Cooperativas de crédito apoiam produtores rurais na vida real e em Terra e Paixão

Primeiro, 170 animais tiveram de ser abatidos por causa de tuberculose bovina. Depois, um novo exame detectou mais contaminação e o produtor rural Marinus Teunis Hagen Filho, de Arapoti (PR), foi obrigado a liquidar o rebanho inteiro. Desolado, viu a produção leiteira de sua propriedade desaparecer durante um surto da doença.

“Foi em 2010 o acontecido”, recorda. “Nosso rebanho foi acometido de tuberculose e, na primeira pancada, 170 animais “positivados” tiveram de ser abatidos. Animais em lactação, novilhas, bezerras… Havia animais positivos para a doença em todas as faixas de idade”.

Dois meses depois, veio o segundo golpe. Outros 70 animais tinham adquirido a doença e o produtor teve de abater o plantel inteiro e começar do zero. Ele bateu de porta em porta, em diversos bancos, atrás de crédito para comprar um novo rebanho. E assim como milhares de outros produtores rurais, quando mais precisou, não foi em uma instituição financeira tradicional que Marinus encontrou apoio, mas em uma cooperativa de crédito.

A importância das também chamadas cooperativas financeiras para o campo é tão grande que virou assunto da novela Terra e Paixão, da TV Globo. Na trama, uma cooperativa de crédito, o Sicoob, terá um papel fundamental na vida dos personagens já nos próximos capítulos. Assim como teve na vida do produtor paranaense, cooperado do Sicredi Novos Horizontes PR/SP desde 2004.

“Recomeçar do zero não foi fácil. Além do prejuízo, tive que abater 350 animais na época, e o Sicredi foi de uma ajuda muito grande para mim”, recorda Marinus. Por meio da Capal Cooperativa Agroindustrial, da qual Marinus também é cooperado, o Sicredi disponibilizou linhas de crédito para ajudar produtores da região que tiveram rebanhos atingidos pela tuberculose bovina a recomeçar após a crise sanitária.

“Na época, o que a cooperativa tinha disponível ela emprestou para nós’’, elogia o cooperado. “Um banco não faz isso. Quando você precisa, digamos, quando você está na lama, uma instituição comercial não empresta dinheiro para você. É mais ou menos assim que funciona o sistema financeiro, ele empresta para quem tem garantia de poder pagar de volta. Para quem está com algum problema sério, eles ficam bem mais resistentes em emprestar dinheiro. Nesse ponto o Sicredi foi diferente e muito importante para o recomeço da nossa atividade.”

VOLTA POR CIMA

Marinus conseguiu retomar a pecuária de leite –  inclusive já recebeu prêmios por boas práticas e produtividade – e o relacionamento com o Sicredi aumentou. Hoje, 65% da movimentação financeira do produtor paranaense é feita com a cooperativa de crédito, entre operações de custeio e investimento e outros serviços financeiros.

“Tenho um pulverizador autopropelido financiado lá, um barracão financiado, o custeio de ração. E investimentos também: alguma coisa em poupança, já fiz consórcio, tenho também uma previdência privada no Sicredi. Dos produtos que eles oferecem acho que uns 80%, 85% já usei ou estou usando.”

Além do bom atendimento “na saúde a na doença”, o cooperado também destaca as taxas mais baixas e a intercooperação com a Capal como diferenciais da cooperativa de crédito.

“O atendimento no Sicredi é personalizado. Você não é um número, você é realmente um sócio que é levado em consideração. E, outra coisa, no final do ano, quando o resultado é positivo no Sicredi, você recebe também uma participação pela movimentação que teve na cooperativa, uma parte vai para o capital social e outra parte você recebe em conta-corrente”, explica Marinus, referindo-se à distribuição dos resultados entre os cooperados.

É isso mesmo, quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. A devolução é proporcional às operações realizadas com a cooperativa: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços, maior a participação nos resultados. Em 2023, por exemplo, o sistema Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, valores referentes ao exercício de 2022.

ATENDIMENTO À MINEIRA

Em Minas Gerais, um produtor de hortaliças do município de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também conta com o cooperativismo de crédito para produzir mais e melhor e com recursos que não imaginava conseguir em instituições financeiras tradicionais.

No Sítio Ribeiro Bonito, conhecido como Horta do Milton, o agricultor Milton Fernandes e sua família produzem alfaces lisa, crespa, americana e roxa, brócolis ninja e escarola de forma sustentável, com plantio direto e menos agrotóxicos.

Milton é cooperado do Sicoob, cooperativa de crédito que está na novela Terra e Paixão e na vida real de 7 milhões de cooperados em todo o país, no campo e nas cidades.

Cooperado do Sicoob Credimepi há três anos, ele garante: nunca foi tão bem atendido em uma instituição financeira e que nenhuma deu tanta importância para seu trabalho como produtor rural. A produção da Horta do Milton foi inclusive reconhecida pelo Sicoob no 2° Prêmio Produtor Rural Sustentável, que homenageia produtores rurais comprometidos com o meio ambiente.

“Nunca tive um atendimento igual eu tenho no Sicoob. Tem banco que eu tenho conta desde 1991 e nunca vieram aqui na nossa propriedade ver o que a gente está precisando. Assim que a gente conheceu o pessoal do Sicoob, o gerente já veio cá, tomou café com a gente, coisa que outros nunca fizeram. Então o atendimento lá para mim é muito bom”, avalia.

MENOS BUROCRACIA

Além da hospitalidade mineira, Milton diz que o conhecimento dos negócios do campo, a proximidade da agência e a experiência na concessão de crédito rural também são diferenciais da cooperativa de crédito.

“Nunca fiz empréstimos em outros bancos porque era tanta burocracia que não dava, e no Sicoob  não tive esse problema. Eles vieram aqui, visitaram a nossa propriedade e logo liberaram o crédito para a gente. Já fizemos três empréstimos lá e eu estou muito satisfeito.”

Por enquanto, o dinheiro financiado pelo Sicoob é usado por Milton para operações de custeio, como compra de sementes, adubos, defensivos e outras despesas rotineiras da produção. Mas o agricultor já se prepara para realizar um investimento na Horta do Milton com o apoio da cooperativa de crédito.

“Estamos precisando fazer algumas melhorias na propriedade, como um galpão, porque a gente tem algumas máquinas e não tem espaço para todas, algumas ficam ao relento. Então para o próximo ano queremos fazer esse investimento”, planeja.

Fonte:SomosCoop