O Sistema OCB/RJ participou do terceiro dia do Sebrae Rio Summit, evento organizado pelo Sebrae Rio, que apresenta tendências e transmite conhecimento a quem tem ou pretende abrir um negócio. Em 2025, o evento, realizado entre os dias 21 e 25 de julho, é dividido por temáticas diárias. Na quarta-feira (23), finanças e cooperativismo foram os assuntos do dia.
Para marcar a presença como apoiador e incentivador do evento, o Sistema OCB/RJ levou uma palestra e duas oficinas para o terceiro dia do Sebrae Rio Summit.
A jornalista Giuliana Morrone falou sobre a sustentabilidade cooperativista. A profissional, que possui 38 anos de experiência na área e já cobriu diversos eventos históricos mundiais, como eleições, política e movimentos sociais. Sua bagagem a levou a desenvolver um olhar analítico e integrado sobre os desafios globais, e suas conclusões a levaram a crer que o cooperativismo é o melhor modelo de negócios para enfrentar os desafios no Brasil e no mundo.
“Nos últimos anos, eu tenho estudado vários modelos de negócios no Brasil e no mundo, e cheguei à conclusão de que não existe um modelo mais interessante que o cooperativismo por diferentes motivos. É um modelo que busca uma boa performance, mas com um olhar para todos, em que a palavra conexão está sempre presente. Conexão das pessoas em objetivos e propósitos. E esses motivos me fazem estar aqui no Sebrae Rio Summit para compartilhar o que aprendi”, revela Giuliana.
A paixão da jornalista pelo cooperativismo não é recente. Em sua palestra, intitulada “Cooperativas constroem um mundo melhor”, lema do Ano Internacional das Cooperativas, Giuliana conta que tem contato com esse modelo de negócios há mais de 15 anos. Foi no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, que ela conheceu o cooperativismo ao frequentar um supermercado que atuava nesse sistema. “Nesse mercado, os produtos comercializados eram de produtores locais e eles tentavam produzir o mínimo de lixo possível. E essa foi a época da minha vida em que me alimentei melhor”, explica a jornalista, ao comentar alguns dos motivos do seu encanto inicial com o coop.
A jornalista, ao longo da palestra, apresentou alguns dos pontos que considera serem potenciais do coop: visão a longo prazo, correção de rumo, conexões humanas, prosperidade e benefícios a todos os stakeholders. “O grande objetivo aqui é promover uma reflexão sobre os potenciais e pensar no futuro. Esse encontro nos propõe uma transformação positiva, e essa transformação pode ser por meio do cooperativismo”, detalha.
Mesmo com tantos pontos positivos, Giuliana indica alguns dos desafios que o cooperativismo enfrenta no seu dia a dia. Entre eles, estão a desinformação, a capilaridade, as novas parcerias e a comunicação. “O brasileiro ainda está começando a entender o valor do cooperativismo quando precisa de assistência à saúde, quando precisa de crédito, quando consome algum alimento… isso está na vida do brasileiro e ele está começando a entender isso. Então, quanto mais a gente falar sobre o cooperativismo, seus propósitos, suas conquistas e seu desempenho, mais esse espaço será ocupado pelas cooperativas”, analisou.
Fernanda Chidem e o cooperativismo de crédito
Além da palestra da Giuliana, o Sistema OCB/RJ levou ao evento oficinas foram comandadas pela cooperativa Coletiva. Especialista em educação corporativa. Fernanda Chidem, mestre em Educação, especialista em RH e mercado financeiro, conduziu duas oficinas provocativas e inspiradoras. No workshop “O crédito como motor do empreendedorismo: como a economia colaborativa está mudando o jogo”, Fernanda mostrou como o acesso ao crédito, quando aliado à cooperação, pode impulsionar negócios e mudar vidas.
Na oficina, foi explicada, de forma simplificada, a diferença entre as instituições financeiras tradicionais, em que o lucro se concentra no bolso de poucos e os recursos vão para fora do país, e as cooperativas de crédito, em que os resultados retornam aos cooperados e os recursos se mantêm nas comunidades de origem. A palestrante ainda trouxe uma reflexão para o público com uma frase de Márcio Port: “As pessoas não se unem em cooperativas para lucrar, mas sim para que outros não lucrem sobre elas”.
No segundo workshop, Fernanda falou sobre “Crédito, educação e cooperativismo”, que, para ela, são os três pilares essenciais para a construção de um futuro mais sustentável, acessível e humano. “Em um cenário em que o consumo é constantemente estimulado, refletir sobre escolhas conscientes e planejamento financeiro é fundamental para manter o equilíbrio e garantir o crescimento com saúde financeira”, declara Fernanda.
“Participar do Rio Summit 2025 foi um verdadeiro presente para nós, da Coletiva. Como cooperativa de educação voltada à formação corporativa e cooperativista, foi uma alegria imensa poder contribuir com dois temas que estão no coração da nossa atuação: cooperativismo e educação financeira para empreendedores”, reflete a mestre em Educação sobre sua participação no evento.