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O futuro de um mundo mais ESG passa pela força da reciclagem

É difícil imaginar um contexto em que a reciclagem não é apontada como uma das principais ferramentas de transformação sustentável. Das escolas infantis até os pontos mais altos da cadeia mercadológica, essa prática tem sido posicionada como uma técnica obrigatória para pessoas e companhias que tenham interesse em participar do movimento ESG.

Não é para menos: em tempos em que ilhas de dejetos estão sendo formadas no oceano (falaremos sobre isso mais para frente), o conceito de reaproveitar objetivos e resíduos que seriam descartados e usá-los com um novo propósito é, no mínimo, a decisão mais lógica a ser tomada.

Mas falar de reciclagem vai muito além dos atributos mais óbvios e envolve uma série de fatores que englobam a luta por um meio ambiente mais limpo. Para te inspirar, trouxemos um resumo sobre esse tema e uma série de casos inspiradores. Tenha uma boa leitura e lembre-se de reciclar suas ideias!

Por que a reciclagem é ESG

Começamos essa matéria lembrando que a agenda ESG (Ambientais, Sociais e Governança, em inglês) parte do pressuposto de que marcas, governos, entidades e pessoas precisam se unir em prol dos seus princípios para que a humanidade consiga alcançar um nível condizente de sustentabilidade e responsabilidade social.

A reciclagem cumpre um papel essencial nessa jornada. Afinal, enquanto o mundo contempla a previsão de que a geração de resíduos pode chegar em 3,4 bilhões de toneladas por ano até 2050, fica evidente que algo precisa ser feito.

Redução do impacto ambiental

Já se foi o tempo em que as ilhas faziam parte da natureza. Hoje em dia, cerca de cinco ilhas de plástico ameaçam a vida de milhões de animais marinhos. Uma vez que a reciclagem é aplicada, estatísticas com essa são reduzidas significativamente, dado que os resíduos eletrônicos, plásticos e não-recicláveis completam seu ciclo de vida e não são despejados em aterros sanitários. Isso evita a poluição do solo, da água e até mesmo do ar que nós respiramos.

Recoloca materiais no processo produtivo

Toda vez que você descarta um produto para comprar hoje, está gerando um impacto duplo no meio ambiente. Afinal, enquanto os dejetos vão para locais inadequados, as empresas precisam extrair ainda mais materiais para criar novos objetos.

No entanto, a reciclagem interrompe essa rotina de poluição, reposicionando recursos em processos de produção e dando uma nova oportunidade a eles.

Diminui a necessidade de exploração de recursos naturais

A exploração de recursos naturais é uma das maiores ameaças para a pauta ESG. Por isso, nada mais justo do que valorizar uma estratégia que reduz a demanda de matérias-primas virgens. Quando a reciclagem é praticada, há uma enorme chance de que ecossistemas e habitats naturais de milhares de animais sejam preservados.

Proporciona oportunidades de trabalho e renda

Se engana quem pensa que os benefícios diretos da reciclagem se limitam ao meio ambiente. Quanto mais ela é estimulada, maior é a demanda de trabalhadores de diversas fases da cadeia mercadológica que passam a atuar com a coleta, triagem e com o processamento de materiais recicláveis.

Nos casos de catadores, por exemplo, isso tem um enorme impacto na inclusão social e no desenvolvimento econômico de comunidades.

Reciclagem como estratégia ESG nas cooperativas

O compromisso com a pauta ESG é algo que faz parte do DNA do movimento cooperativista. É muito fácil encontrar instituições que tenham alguma ligação com essa prática e que, de alguma forma, introduzem uma lógica de reciclagem em seus planejamentos.

Afinal, os princípios cooperativas enxergaram nesse recurso uma materialização eficiente, contemporânea e, principalmente, muito eficiente tanto para o meio ambiente quanto para a comunidade. A seguir, você confere alguns exemplos inspiradores do que pode acontecer quando o pensamento certo se une a um processo sustentável.

Batalhão do Bem: Unicred Ponto Capital recicla vestimentas militares

Uma parte importante da fomentação da reciclagem está na detecção de oportunidades promissoras. O caso do Batalhão do Bem é um ótimo exemplo disso e começou a partir da percepção de que muitos resíduos têxteis eram destacados na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde há uma grande concentração de atividades militares.

Iniciada em março de 2023, a iniciativa é liderada pela cooperativa de crédito Unicred Ponto Capital e contou com o apoio do Instituto Unicred. Uma vez que os resíduos são coletados, eles passam por uma análise criteriosa que verificará se eles estão aptos a gerar bons novos produtos. Se for verificada a possibilidade de reutilização, elas são devidamente revitalizadas e tingidas para, depois, serem entregues para a comunidade.

Se for impossível aproveitá-las, elas se tornarão matéria-prima para customização e poderão virar itens que serão comercializadas pelas alunas de artesanato que integram o projeto. Além de servirem como base para o aprendizado, elas também movimentam o mercado local.

Mais de 2000 peças e 600 pares de calçados já foram doados para instituições que atuam com reciclagem ou outras entidades que fazem doações. Outros 500 itens foram descaracterizados e reaproveitados.

Unium: cooperativa inova com reciclagem animal

Aqui vai um fato que você provavelmente não conhecia: o segmento frigorífico também tem muito a ganhar com o design circular. Um dos pensamentos mais essenciais de culturas que caçavam e consumiam animais baseava-se no conceito de aproveitamento completo. E para a Alegra, que faz parte do grupo Unium, essa prática faz parte da rotina.

Focada em integrar valores condizentes com o cooperativismo, tais como as boas condições de trabalho, a tecnologia, a inovação e o cuidado com o bem-estar dos animais, a marca investiu cerca de R$1,8 milhão na implementação de um projeto de aproveitamento de animais abatidos.

O grande destaque vai para o descarte do sangue, que sempre foi um desafio para o ramo e que gerava custos significativos, além de impactar negativamente o meio ambiente. Com a transformação desse recurso em farinha de sangue, a cooperativa facilita a economia circular ao produzir um material que serve para alimentar peixes, aves e espécies não ruminantes.

Copamart: reciclagem para difundir a cultura amazônica

E se um projeto pudesse, além de promover a reciclagem, valorizar uma das culturas mais impressionantes e bonitas de uma nação? A Copamart, a Cooperativa de Trabalho de Artesanato Amazonense, provou que isso é possível.

Quem passeia pelo Shopping Ponta Negra, em Manaus, logo se depara com uma loja de produtos que encantam os olhos de moradores locais e turistas. Trata-se de um espaço dedicado a itens de decoração, acessórios e costura criativa feitos a partir de elementos recicláveis como papéis, tecidos e resíduos plásticos. Todos eles são combinados com materiais naturais e típicos da região, como sementes e madeiras.

O resultado é um trabalho impecável, com um design que reforça a identidade local e que reforça o estilo de vida da comunidade, dando oportunidades para artesãos e aquecendo o comércio.

Cooperativas de reciclagem

É claro que as cooperativas de reciclagem não poderiam ficar de fora deste artigo. A seguir, você confere um resumo de alguns exemplos de comprometimento e talento no segmento:

  • Recicle a Vida: criada em 2005, a cooperativa consegue gerar cerca de 300 toneladas de material reciclável por mês. Além disso, ela transformou a vida de centenas de pessoas desde 2005, atuando a partir da logística reversa para melhorar as condições de vida de seus cooperados.
  • Centcoop: com uma taxa de eficiência que chegou a 87% logo em seu primeiro contrato de coleta seletiva, a instituição engloba cerca de 460 catadores e atua com cooperativas associadas para beneficiar o meio ambiente e a vida da população.
  • Coopermiti: em São Paulo, a Coopermiti inovou ao se especializar na reciclagem de resíduos eletrônicos. Em 2022, a Coopermiti reciclou 5,5 mil toneladas de lixo eletrônico. Além disso, a cooperativa realiza trabalhos de inclusão social, inclusão digital, capacitação, educação ambiental e de cultura.

Reciclando conceitos em nome da pauta ESG

Os exemplos que trouxemos mostram a força da reciclagem na pauta ESG, além de reforçar o sucesso de instituições que estão atuando na linha de frente dessa causa. Mas a verdade é que ainda temos muito a evoluir.

Sendo uma peça essencial na luta pela preservação do meio ambiente e na jornada pelo desenvolvimento de comunidades que precisam de apoio, essa prática precisa ser estimulada e protagonizar debates e diálogos acerca do futuro.

Gostou desse tema? Saiba que esse universo ainda tem muito a oferecer. Uma boa dica para continuar aprendendo é o E-book Especial ESG no Cooperativismo, que é riquíssimo em informações e está disponível gratuitamente para interessados. Vale a pena conferir!

Fonte: InovaCoop

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