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Economia dos criadores: o que é como sua cooperativa pode influenciar pessoas

A forma com que consumimos conteúdo mudou. Agora, os criadores digitais são protagonistas do entretenimento e da informação na era digital. Estamos conectados o tempo todo e, portanto, em contato com suas postagens e interações cada vez mais influentes. Essa é a economia dos criadores.

Os criadores de conteúdo para a internet e influenciadores digitais atuam em um mercado ainda muito novo, mas já enorme. Tanto em números quanto em impacto. Essa nova realidade está mudando, também, o marketing digital e a publicidade nas redes.

O uso da imagem desses criadores para potencializar e dar visibilidade às marcas ficou conhecido como marketing de influência. Associar a marca a uma pessoa famosa não é exatamente novidade, mas a economia dos criadores tem características próprias.

É isso que veremos neste artigo. Você vai entender melhor o que é a economia dos criadores, verá a força do marketing de influência, conhecer etapas para inserir sua cooperativa nesse ambiente e aprender quais são as armadilhas que você deve ficar de olho para evitar. Aproveite a leitura!

O que é a economia dos criadores

As plataformas digitais se tornaram uma fonte quase infinita de conteúdo. Fotos, vídeos, stories, textos, tweets, podcasts, memes e tudo o mais que consumimos nas redes. Esse mercado cresceu tanto que consolidou uma nova classe: os influenciadores digitais.

Essa é a economia dos criadores: um fenômeno que está tornando os influenciadores digitais cada vez mais protagonistas no mercado de conteúdo. Se antes era necessário aparecer na mídia tradicional para ganhar relevância, agora as redes sociais democratizaram a produção de conteúdo, quebrando barreiras e fronteiras.

Esse mercado ainda passa por uma fase de amadurecimento e profissionalização, mas os números já mostram que o impacto é grande. Uma pesquisa da Opinion Box revela que 77% dos entrevistados acompanham influenciadores. Além disso, 55% das pessoas ouvidas no estudo admitem que já compraram algo indicado por um influenciador.

Ou seja, a economia dos criadores tem muita coisa a contribuir para o marketing digital – o que o mercado já está percebendo. A pesquisa Youpix+Nielsen ROI & Influência 2023 mostra que as marcas estão dando cada vez mais valor aos influenciadores. Isso resulta em mais investimento: quase 85% das marcas participantes do levantamento têm a intenção de aumentar os valores dedicados aos criadores.

As características da economia dos criadores

A economia dos criadores é fruto de uma série de dinâmicas peculiares. Algumas de suas características são:

Produção independente: a grande maioria dos criadores atuam por conta própria, sem grandes estruturas de mídias por trás. Conforme o mercado cresce, novas formas de organização e agências estão surgindo, mas não é necessário fazer parte de uma companhia de mídia para crescer na economia dos criadores.

Nativos digitais: as novas gerações já nasceram com a internet difundida e cresceram conectadas. Assim sendo, seus grandes ídolos não estão mais na TV, nos jornais ou no cinema, mas sim no YouTube, no Instagram e no TikTok.

Conteúdo de nicho: os criadores digitais conseguem formar comunidades de interesse em temas específicos e nichados que não teriam espaço em mídias tradicionais. Jogos antigos de um console obscuro? Rock progressivo contemporâneo? Esportes de inverno? Se tem gente interessada, vai ter gente criando conteúdo sobre.

Conexão constante: vivemos conectados incessantemente em nossos aparelhos. Com isso, o fluxo de consumo de conteúdos é muito veloz e em grandes quantidades. Quantas telas você vê por dia só no seu celular? Todo esse tempo online gera demanda para mais conteúdo dos criadores.

Poder dos algoritmos: as plataformas de conteúdo e redes sociais usam algoritmos para seguir continuamente oferecendo conteúdo. Para isso, elas identificam os gostos, interesses e hábitos e, então, distribuem conteúdo com base nisso, mesmo que tenha sido feito por alguém que você nunca viu antes. Neste artigo, explicamos melhor como esses algoritmos funcionam.

Identidades e conexões: na economia dos criadores, as pessoas podem seguir influenciadores com que se identificam. Isso torna a relação muito mais próxima e fomenta comunidades digitais centradas em temas ou até mesmo nos próprios criadores.

Alcance: a internet não tem (muitas) fronteiras. Com isso, criadores podem fazer sucesso no mundo todo. Um brasileiro pode acompanhar um influenciador de qualquer lugar do mundo, assim como criadores têm capacidade de se tornarem fenômenos globais sem nem sair de casa.

A nova lógica de consumo de conteúdo

O consumo de internet está crescendo sem parar nos últimos anos, segundo a pesquisa #PUBLI: o impacto da Creators Economy entre os internautas brasileiros, da IAB Brasil. No Brasil, já são quase 150 milhões de usuários de internet consumindo a produção de criadores, por exemplo.

Ademais, as telas diminuíram. O aparelho mais comum para consumir conteúdo é o celular, um fenômeno central para a construção da economia dos criadores. Quanto mais tempo as pessoas passam nas redes sociais, mais conteúdo consomem.

O resultado disso é que os usuários estão passando mais tempo com conteúdos produzidos pelos criadores digitais do que com produções profissionais. Ao todo, segundo a IAB Brasil, os conteúdos de criadores representam 39% das horas semanais de mídia consumidas pelos americanos com mais de 13 anos de idade. Streaming pago e TV, somados, chegam a 38%.

Monetização e oportunidades de marketing digital na economia dos criadores

As dinâmicas financeiras da economia dos criadores têm lógicas próprias. Na maioria dos casos, os criadores recebem uma fração da publicidade veiculada pelas plataformas em seus conteúdos. No geral, porém, os valores são relativamente baixos.

Os criadores também podem receber diretamente do público, por meio de serviços de financiamento coletivo. Além disso, influenciadores também transformam a própria imagem em uma marca para vender produtos.

Por fim, a economia dos criadores abriu um novo mercado em que marcas aproveitam a imagem e a proximidade desses influenciadores com o público para realizar ações de marketing digital. Esse é o marketing de influência, que iremos conhecer melhor agora. Será que sua cooperativa pode tirar proveito disso?

A força do marketing de influência na economia dos criadores

O marketing de influência acontece quando as marcas utilizam a imagem dos criadores de conteúdo para se comunicar com seu público. Com isso, as marcas ampliam o alcance de sua estratégia de marketing digital com os diferenciais desse tipo de ação. Alguns pontos que tornam o marketing de influência tão atrativo são:

Segmentação: é muito melhor produzir um conteúdo de marketing que vai chegar ao público específico almejado pelo seu negócio. Os criadores são mais segmentados do que a mídia tradicional, nesse sentido. É uma cooperativa que produz carnes? Então que tal fazer uma parceria com um canal que ensina técnicas de churrasco?

Conversão: dados da Nielsen apontam que mais de 70% dos consumidores confiam na opinião dos influenciadores sobre produtos e serviços. Com isso, ter a marca da sua cooperativa recomendada por um criador consegue melhorar a conversão com o público que o segue.

Engajamento: parcerias com influenciadores também ajudam na construção de marca com os consumidores. Os criadores contam com o engajamento do público e ações patrocinadas também proporcionam engajamento das pessoas com as marcas.

A classe dos influenciadores digitais segue um crescimento vertiginoso. Segundo a Nielsen, são 500 mil profissionais atuando com marketing de influência só no Brasil.

Os microinfluenciadores

Um cuidado importante para a estratégia de marketing de conteúdo é não olhar somente para os números de seguidores dos criadores. Não adianta falar com muita gente se uma grande parte dessas pessoas não tem o perfil do seu produto ou serviço.

Nessa seara, os microinfluenciadores ocupam um papel importante no ecossistema da economia dos criadores. Muitas vezes abordando assuntos de nicho, eles criam comunidades com proximidade e engajamento.

Então sempre leve isso em conta. Vale mais a pena fazer uma ação com um influenciador grande, mas que aborda temas genéricos e dispersos ou com criadores menores, mas relevantes naquilo que sua cooperativa quer vender? A proximidade com o público também é um valor.

O impacto dos influenciadores no momento da compra

O levantamento Marketing de Influência no Brasil, realizado pela Opinion Box, apurou quais os principais motivos que levam as pessoas a fazer compras após conteúdos de criadores digitais. Essas foram as respostas mais frequentes:

Eu já queria comprar e foi decisivo ver alguém testando e aprovando o produto: 38%

Já precisava do produto e o influenciador ou influenciadora me fez lembrar dessa necessidade: 27%

O preço estava baixo e valia a pena comprar: 26%

Era um produto que eu não conhecia e me despertou curiosidade: 24%

O influenciador ou influenciadora ofereceu um cupom de desconto exclusivo: 24%

Confiei no bom gosto do influenciador ou influenciadora: 23%

Era um produto novo que eu queria testar: 21%

Quis ter o mesmo resultado mostrado pelo influenciador ou influenciadora: 16%

Era um produto que estava em alta/ na moda e eu queria tê-lo: 13%

Comprei para me sentir parecido(a) com o influenciador ou influenciadora: 5%

A economia dos criadores e o cooperativismo

O ecossistema cooperativista já deixa os seus impactos na economia dos criadores, tanto por meio do surgimento de influenciadores dedicados ao cooperativismo quanto por ações de marketing e conteúdo com personalidades relevantes no ambiente digital.

O Sistema OCB de forma institucional, assim como as cooperativas, lideram ações que dão mais visibilidade para o modelo de negócios e marcas cooperativistas nas mídias sociais. Tanto é que o Prêmio SomosCoop 2022 contou com a categoria “Influenciador Coop”.

A categoria foi vencida por Marcelo Vieira Martins, diretor-executivo da Unicred União e presença garantida no Instagram, Facebook, canal no Youtube e página no LinkedIn, além de livros publicados.

“Eu assumi um compromisso comigo de devolver para a comunidade, para a sociedade tudo aquilo que pude ter, todos os ensinamentos, o crescimento pessoal e profissional”, disse o executivo e influenciados ao SomosCoop.

Sistema OCB faz campanhas para difundir o coop

O Sistema OCB também liderou a campanha #BoraCooperar, com a presença de ex-participantes do reality show Big Brother Brasil com influência nas redes. Eles contaram como deixaram de competir entre si e decidiram começar a cooperar.

O objetivo da campanha foi gerar uma conexão com o coop de forma educativa. Os influenciadores Thelma Assis, João Luiz e Caio Afiune refletiram: e se em vez de competir a gente decidisse cooperar? A ação contou ainda com a participação de páginas de fofoca com milhões de seguidores nas redes sociais.

Outra iniciativa com a participação do Sistema OCB na economia dos criadores foi o apoio ao podcast Naruhodo, dedicado à divulgação científica. No episódio, o podcast discutiu se a cooperação entre seres vivos é inata e apontou quais são os pontos positivos em cooperar.

Frimesa ganha prêmios na economia dos criadores

A cooperativa agropecuária integrou o marketing de influência em sua estratégia de marketing e foi premiada. A coop conquistou duas medalhas consecutivas do Prêmio ABEMD (Associação Brasileira de Marketing de Dados) de marketing digital.

Em 2021, a cooperativa ganhou a medalha de ouro pela iniciativa #EuRecomendoFrimesa, que contou com diversas ações de conteúdo, dentre elas uma websérie, com criadores de conteúdo digital preparando receitas com os produtos da marca. Por meio do marketing de influência, a iniciativa gerou engajamento e ainda produziu um e-book de receitas.

Já em 2022, outra iniciativa de marketing de influência ganhou a medalha de prata. Foi a campanha Ceia Prática Frimesa, que, no Natal anterior, reuniu 15 influenciadores mostrando que é possível fazer uma ceia mesmo sem experiência na cozinha – e usando os produtos da cooperativa.

Como inserir a cooperativa na economia dos criadores

Depois de tudo isso dito, já percebemos que, na economia dos criadores, o marketing de influência pode ser um grande aliado para a estratégia digital da sua cooperativa. Mas colocar em prática de forma eficaz exige planejamento e cuidados.

Por isso, então, selecionamos alguns critérios para te ajudar a colocar a sua cooperativa na economia dos criadores. Afinal, não basta somente procurar nomes famosos com muitos seguidores, como vimos. Para associar a marca da sua coop a um criador, fique de olho em:

Alinhamento de valores: se você quer associar a marca da sua cooperativa, tenha certeza de que os valores são compartilhados entre ambas as partes. O criador precisa estar em consonância com a visão de mundo da cooperativa.

Engajamento: ter muitos seguidores pode valer pouco caso o engajamento seja baixo. Isso significa que o conteúdo é fugaz e o influenciador não consegue construir uma comunidade com base em sua popularidade.

Conexão entre criador e produto: o perfil do produtor e seus temas de interesse precisam combinar como o produto que ele está divulgando para sua cooperativa. Será que faz sentido divulgar um plano de saúde para crianças com um criador de conteúdos sobre moda?

Análise de conteúdo: mesmo quando houver o match entre valores e temas, olhe a qualidade do conteúdo que o influenciador publica e veja se condiz com o que você quer que pensem da sua marca.

Comportamento: o mundo digital tem poucos filtros e muitas polêmicas. Pra que correr o risco de ligar a sua cooperativa com um influenciador que arranja confusão? Verifique se o comportamento e a imagem que ele transmite é adequada.

De olho nas métricas

Para mensurar bem a efetividade da estratégia de marketing digital da sua cooperativa na economia dos criadores, é importante acompanhar e analisar os resultados e métricas. Esse processo contribui para diagnosticar o que está sendo feito de certo e errado na incursão da cooperativa no marketing de influência.

São essas métricas, afinal, que irão subsidiar as decisões para futuras colaborações e campanhas junto com os criadores digitais. Portanto, é necessário entender o retorno que o investimento está dando. Eis algumas métricas para acompanhar:

Alcance e impressões: imprescindível para medir o efeito do criador para dar visibilidade à marca. No fim das contas, você quer ser visto, não é? Nesse sentido, dominar os algoritmos faz toda a diferença.

Engajamento: conteúdo bom gera interação: curtidas, comentários e compartilhamentos, por exemplo. Assim, essa métrica ajuda a entender a recepção do público tanto de forma quantitativa (número de likes), quanto qualitativa (explorando os comentários).

Cliques e leads: confira quantas vezes o link que o influenciador postou para seu site foi clicado. Dessa forma, a sua cooperativa vai entender melhor qual é a capacidade de engajamento do influenciador. Além disso, confira quantos leads foram gerados a partir desses cliques.

Reconhecimento de marca: os influenciadores podem ajudar a tornar sua marca mais popular e reconhecida por potenciais clientes ou cooperados. Com a colaboração de um criador, as cooperativas podem começar a ser conhecidas pelas pessoas com uma imagem positiva.

Vendas: muitas campanhas de marketing digital têm o objetivo de vender mais. Para mensurar se a iniciativa está dando o resultado esperado, dê links específicos e rastreáveis para cada influenciador parceiro e veja quantos geram cliques que se convertem em negócios fechados.

Fonte: InovaCoop