Errar e aprender com os erros faz parte da inovação. Também podemos descobrir muitas coisas observando como outras marcas falharam em tentativas de criar coisas novas. Essas inovações que não deram certo serão a base para entendermos exatamente o que deu errado nesses casos.
No InovaCoop, sempre reforçamos a importância da inovação. Mas nem todas as iniciativas vão dar certo, principalmente quando os caminhos utilizados não são tão claros ou eficientes.
Você já se deparou com uma ideia que te fez pensar “como acharam que isso ia dar certo?” O motivo pelo qual esse questionamento é tão recorrente é o fato de que propostas que parecem geniais no papel, nem sempre ficam tão boas na prática.
5 inovações que não deram certo e suas lições
A seguir, vamos explorar algumas dessas histórias. Lembre-se de que nosso objetivo não é julgar, e sim aprender com casos que nos deram lições valiosas, combinado? Então vamos lá!
Google Glass
Além de necessidade, os óculos também são objetos de moda e o Google tentou levá-los para a tecnologia. Mas isso não significa que todas as iniciativas que envolvam esse acessório vão ser bem recebidas pelo público. O Google Glass é um ótimo exemplo disso.
Desenvolvido pelo Google, esse produto futurista deveria estar acoplado aos olhos dos consumidores para capturar imagens e vídeos, dar informações em tempo real e armazenar dados relevantes.
No entanto, não foi bem isso que aconteceu. O recurso foi lançado antes do tempo previsto e contava com falhas sérias como uma bateria fraca, falhas constantes e funcionalidades complicadas. Todos esses efeitos, somados ao preço de 1.500 dólares, não impressionaram o público, afinal.
Além disso, é preciso se questionar: será que as pessoas realmente querem ter um óculos registrando 100% do tempo tudo que elas fazem? Será que a privacidade e a fuga dos elementos eletrônicos não são um fator relevante nessa história?
Esse caso, então, mostra que não adianta apenas parecer legal. Uma inovação deve ser necessária, fácil de entender e usar, estar em uma boa versão antes do lançamento e, principalmente, ser desenvolvida com um propósito real capaz de agregar valor ao usuário.
Kinect
Alguma vez você já usou um produto e acabou notando que ele é apenas uma cópia não tão boa de um outro item? O Kinect foi visto por muitas pessoas sob essa ótica.
Depois do sucesso do Nintendo Wii, que vendeu mais de 100 milhões de unidades, os grandes estúdios de games decidiram investir em mais consoles com controles por movimento. O Kinect foi o lançamento da Xbox, sendo conhecido pelo diferencial da câmera acoplada e proporcionando experiências muito mais realistas para usuários apaixonados por jogos.
Mas não foi bem isso que aconteceu. Na prática, os controles eram difíceis de usar e o aparelho não conseguia se diferenciar do seu principal concorrente. Os estúdios logo perceberam essas ameaças e deixaram de programar games compatíveis com o sistema, que custava mais do que um PS4, seu principal concorrente, na época.
Em pouco tempo, a novidade foi esquecida e descontinuada pela Microsoft. Essa jornada é um lembrete importante da necessidade de se diferenciar, respeitar a vontade do público-alvo, criar benefícios promissores e ter uma execução tão criativa quanto a sua concepção.
Televisão 3D
Quando as televisões 3D foram anunciadas, os consumidores e apaixonados pela sétima arte tiveram uma revelação. A ideia de ter os efeitos visuais de uma sala de cinema na sua casa era incrível e muita gente achou que essa tendência tinha chegado para ficar.
A tecnologia envolvia o uso de um óculos 3D, que com o comando adequado, era capaz de converter programações para esse formato e gerar uma sensação de que os objetos e personagens estavam no meio do seu lar.
No entanto, o resultado foi bem diferente do esperado. Na prática, era desconfortável usar os óculos e a mudança na imagem não era tão significativa e impactante como no cinema. Além disso, os aparelhos eram consideravelmente caros e exigiam que os programas ou filmes exibidos tivessem sido gravados já com o 3D em mente.
Ou seja: mesmo pagando muito caro e usando óculos 3D, ainda era preciso investir em DVDs que fossem compatíveis com essa inovação. O público acabou se distanciando da ideia e a partir de 2016, a Samsung (líder do segmento) parou de anunciar a funcionalidade. Não demorou para que as concorrentes seguissem o exemplo.
O que fica como mensagem desse caso é que se você pretende alterar o modo como as pessoas usam um aparelho, a novidade envolvida tem que ser realmente condizente com as expectativas. Ademais, é preciso pensar duas vezes no valor do seu produto se ele exigir outro tipo de compra no futuro.
Nintendo Wii U
Nós já falamos um pouco sobre consoles de movimentos nesse artigo. Por isso, vale começar esse bloco com uma pergunta: o que você imagina quando pensa em um produto chamado Nintendo Wii U?
Se você pensou em um acessório para o Nintendo Wii, não está sozinho. Muitas pessoas enxergaram esse lançamento como uma nova linha dos consoles que marcaram uma geração. No entanto, a proposta original era muito diferente dessa.
Desenvolvido em 2012 para ser um videogame doméstico, o Nintendo Wii U se diferencia por uma tela sensível que proporciona experiências mais imersivas e com gráficos em alta definição. A receita tinha tudo para dar certo: além de usar um nome reconhecido pelo sucesso, o formato era prático e eficiente.
Mas como você já deve imaginar, não foi bem assim que as coisas aconteceram. No momento, os usuários estavam mais engajados com os jogos em smartphones, que começaram a fazer sucesso na época. O nome também gerou confusão, já que as pessoas confundiram o propósito do produto.
No fim, ele não alcançou nenhum dos públicos possíveis: muito básico para gamers e desnecessário para jogadores casuais. Assim, o Nintendo Wii U foi sendo esquecido até ser totalmente descontinuado.
Com isso, a Nintendo entendeu a relevância de fazer um estudo de caso caprichado antes de divulgar uma inovação. É possível que alguns grupos focais, por exemplo, tivessem exposto esses desafios ainda na fase de concepção do recurso. Com essas lições aprendidas, a gigante japonesa lançou o Nintendo Switch, que é, hoje, um enorme sucesso.
Blu-ray
Se você viveu os anos 2010, provavelmente foi convidado para uma reunião de amigos cujo principal entretenimento seria assistir a um filme em Blu-ray que alguém tinha comprado. Quando ele surgiu, muita gente estava prevendo o fim do DVD tradicional, já que seu sucessor teria mais qualidade e agilidade.
O armazenamento do Blu-ray era maior, o que permitia mais detalhes nas imagens. A compatibilidade com o 3D também era melhor e os dispositivos eram mais resistentes a riscos e arranhões.
Teria dado tudo certo, se não fossem os Streamings chegando com tudo na mesma época. A ideia de comprar um aparelho caro e limitado não fazia muito sentido quando comparada à inovação trazida pela Netflix, principal plataforma da época.
O ensinamento desse exemplo é a importância da sensibilidade às mudanças do mercado. Por mais que seja impossível prever o que vai acontecer, é essencial ter um instinto baseado em pesquisas de tendência. Do contrário, seu investimento pode ser usado em um caminho equivocado.
Conclusão
Todas as iniciativas mostradas têm algo em comum: elas surgiram de uma ideia boa, mas acabaram se perdendo pela falta de estratégia ou de destaque diante da concorrência. Ler esses relatos pode dar um frio na barriga para quem está pensando em inovar, mas não precisa ser assim.
Afinal, a inovação não é uma simples ação. Ela é um processo contínuo, que depende de um esforço constante de planejamento, capacitação de profissionais e uso de ferramentas adequadas. Se isso for seguido, o projeto da sua cooperativa tem muito mais chances de dar certo.
Uma boa dica é também imergir em histórias de sucesso e avaliar o que você pode replicar na sua marca para acelerar seu crescimento. Quer conhecer algumas estratégias de sucesso? Acesse o e-book “Aprenda As Estratégias de Inovação da Apple, Google e Amazon para colocar em prática na sua cooperativa!”.