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Loja própria ou marketplace: qual a melhor alternativa para o e-commerce da sua coop?

O comércio eletrônico caiu no gosto dos brasileiros. Dados da consultoria NielsenIQ Ebit indicam que, no país, o faturamento do e-commerce atingiu 262,7 bilhões de reais em 2022. Ou seja: as pessoas estão se sentindo seguras em comprar pela internet – e isso representa muitas oportunidades de negócios para para plataformas de e-commerce e marketplaces.

O isolamento social proporcionado pela pandemia de Covid-19 contribuiu para a explosão do comércio eletrônico. Muita gente que não tinha o hábito de comprar pela internet precisou se adaptar às novas realidades do varejo. Mas agora, mesmo após o fim das restrições, o e-commerce não parou de crescer.

Em 2022, a quantidade de compras feitas online teve um acréscimo de 8% na comparação com 2021. Ao todo, 109 milhões de brasileiros usaram serviços de e-commerce em 2022, 24% a mais do que no ano anterior. Isto é: o comércio eletrônico veio para ficar e o cooperativismo precisa estar atento às novas possibilidades.

Comércio eletrônico e marketplace: o que são? 

Em suma, o termo “e-commerce” é uma abreviação de electronic commerce, ou seja, comércio que é realizado de forma on-line. As plataformas de e-commerce são, portanto, todas aquelas que realizam vendas pela internet.

Há, assim, uma grande variedade de possibilidades para o comércio eletrônico. É possível vender online por meio de uma plataforma própria, dedicada somente aos produtos da sua cooperativa, como um site ou aplicativo. Nesse caso, a cooperativa fica responsável por administrar a plataforma como um todo.

Dentro do e-commerce existem, também, os marketplaces. São plataformas que abrem dão suporte para que outras instituições vendam nela. É como se fosse um shopping center digital que conecta vendedores e compradores. O marketplace fornece a estrutura online para os varejistas que, em troca, pagam uma comissão sobre as vendas.

Além disso, as redes sociais também se tornaram plataformas importantes para o comércio eletrônico. O WhatsApp desenvolveu até mesmo a sua própria solução de pagamentos digitais, o WhatsApp Pay. Instagram e Facebook também contam com plataformas próprias de vendas e anúncios para seus usuários.

Tipos de e-commerce

A depender do tipo de negócio de cada cooperativa, há diferentes tipos de e-commerce, em relação à natureza da transação. Esses são os principais, confira:

  • B2B (Business to Business): ocorre quando a cooperativa vende para outros negócios – ou seja, outras pessoas jurídicas, como cooperativas, empresas mercantis, varejistas e afins. Geralmente, esse modelo possui transações maiores, o que exige um sistema mais robusto para processar os pagamentos.
  • B2C (Business to Consumer): modelo adotado pelas cooperativas que vendem para o consumidor final. Representa a grande maioria dos e-commerces e marketplaces.
  • C2B (Consumer to Business): é uma inversão do modelo de negócio tradicional, onde o consumidor coloca seu serviço à disposição de empresas. Plataformas de trabalho freelancer são baseadas nesse tipo de relação comercial.
  • C2C (Consumer to Consumer): serviços que permitem a venda direta entre os consumidores. Brechós online e revenda de produtos usados se enquadram nessa categoria.
  • S-commerce (comércio social): são as redes sociais que já possuem seu próprio espaço para loja virtual ou ferramentas para transações comerciais.

Neste artigo, iremos conhecer as estratégias e plataformas de diversas cooperativas para vender pela internet e entender as vantagens e desvantagens das modalidades de e-commerce e marketplace. Boa leitura!

Cooperativas no comércio eletrônico

O e-commerce se tornou parte importante para o faturamento de muitos negócios. Assim, diversas cooperativas passaram a explorar uma gama de oportunidades dentro desse mercado. Vamos ver alguns exemplos!

Torrefação Cooxupé desenvolve um e-commerce B2B

A unidade de torrefação da Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), de Minas Gerais, inovou com a implementação de uma plataforma digital para fazer negócios com varejistas, atacados e cafeterias de todo o Brasil. Portanto, a Cooxupé é pioneira entre as indústrias de café na disponibilização de uma plataforma de e-commerce B2B.

A iniciativa faz parte de um processo de transformação digital nos negócios da cooperativa. Assim, Mário Panhotta da Silva, superintendente de Torrefação e Novos Negócios da Cooxupé, apontou que a implantação impõe desafios:

“Tendo em vista que o grande objetivo é oferecer uma plataforma comercial que os clientes enxerguem valor. E, assim, contribuir para a fidelização e para o crescimento da Torrefação. O modelo de negócio presencial é muito forte no nosso segmento. E a migração para o digital anda a passos largos”, explica.

Plataforma B2B da Cooperante contornar dificuldades comerciais

A Cooperante é outra cooperativa do Ramo Agropecuário que desenvolveu uma plataforma de e-commerce B2B para contornar problemas com seu principal representante comercial. Quando ampliou sua oferta de produtos e se viu sem representação adequada, a cooperativa perdeu clientes e faturamento. Essa situação impôs a necessidade de buscar soluções.

Foi nesse contexto que nasceu uma plataforma para controle dos pedidos recebidos e entregas passadas pelos representantes. Logo, o projeto evoluiu para uma plataforma de vendas B2B. Com o seu time interno, a cooperativa desenvolveu um e-commerce que oferece aos usuários a opção de pedidos de compras e acompanhamento.

Ailos Aproxima: um marketplace do empreendedorismo local

Ailos Aproxima

O Sistema Ailos, que reúne diversas cooperativas de crédito nos estados do Sul, realizava encontros presenciais de apoio ao empreendedorismo local que foram interrompidos devido à pandemia. A partir dessa restrição, o Sistema Ailos desenvolveu um ambiente digital com o intuito de aproximar as comunidades e fortalecer o comércio local.

Dessa forma, o Ailos Aproxima começou como uma vitrine de produtos e serviços. Com o passar do tempo, a plataforma cresceu, passou a aceitar pagamentos e intermediar as opções de entrega, operando de fato como um marketplace. Assim, o Ailos Aproxima já soma mais de 700 mil acessos e mais de 15 mil negócios fechados.

Supercampo: um marketplace nascido da intercooperação no agro

Em 2018, a Frísia Cooperativa Agroindustrial desenvolveu o e-commerce Supercampo, a fim de oferecer um local para facilitar as compras de insumos de seus cooperados. Com os bons resultados no início da operação, a cooperativa decidiu, então, evoluir o projeto para um formato de marketplace.

No ano seguinte, um grupo de 11 cooperativas se juntou à Frísia para expandir o Supercampo e torná-lo um marketplace completo acessado pelos cooperados de todas as organizações participantes.

Assim, a Supercampo, hoje, é uma intercooperação de 12 cooperativas Agropecuárias com mais de 100 mil produtos cadastrados. A iniciativa visa construir o maior ecossistema digital do agronegócio brasileiro até 2025.

Nater Coop lidera vendas em gigante do varejo online

Denilson Potratz - Presidente - Nater Coop | LinkedIn

Até aqui, vimos exemplos de cooperativas que construíram suas próprias plataformas de marketplace. Mas também é possível crescer por meio de plataformas de terceiros. É o caso da NaterCoop, que emplacou seus cafés especiais na lista de mais vendidos da Amazon, gigante do varejo digital.

A linha Pronova Coffee Stories, de café arábica, é um dos segmentos mais importantes da cooperativa capixaba. A marca começou a ser vendida na plataforma da Amazon em 2019 e logo cresceu. Como a Amazon oferece frete grátis para seus assinantes, ficou mais barato comprar na big tech do que no site da própria cooperativa.

Até o primeiro trimestre de 2022, mais de 10 mil pacotes dos produtos produzidos pela Nater Coop foram vendidos por meio da Amazon. Em abril de 2022, a cooperativa registrou que os cafés especiais da marca eram os mais vendidos na Amazon há pelo menos um mês. Os estoques chegaram até mesmo a esgotar.

Marketplace ou loja própria: qual a melhor opção?

Não existe uma resposta certa para essa pergunta. A melhor alternativa é a que se enquadrar melhor para o objetivo de cada cooperativa, suas necessidades e o seu público-alvo. Cada modalidade tem suas vantagens e desvantagens que precisam ser avaliadas para tomar a decisão.

Veja, por exemplo, os casos que contamos acima. A Cooxupé e a Cooperante têm o objetivo de vender grandes quantidades para pessoas jurídicas, no modelo B2B. Com isso, os volumes e valores são elevados, o que justifica o investimento para o desenvolvimento de plataformas próprias, onde todo o processo está sob o controle das cooperativas.

Por outro lado, a NaterCoop busca distribuir os seus cafés especiais no varejo. Para isso, faz mais sentido que eles sejam distribuídos em uma plataforma já estabelecida e com o acesso de um público enorme. Mesmo tendo um e-commerce próprio, as vendas pela Amazon se mostraram importantes.

Dito isso, veja algumas diferenças entre desenvolver uma loja própria para o e-commerce ou vender por meio de um marketplace:

  • Investimento inicial: para as cooperativas que estão começando a utilizar o e-commerce ou não trabalham com grandes volumes, o marketplace é uma boa opção, pois requer um investimento inicial menor. Plataformas próprias de e-commerce são mais caras para desenvolver e manter.
  • Visibilidade: marketplaces consolidados têm um alto tráfego de usuários. Isso pode apresentar os produtos da sua cooperativa para novas pessoas. Contudo, a concorrência também é maior e outras marcas competem pelo mesmo espaço. No e-commerce próprio, a sua marca é protagonista, mas menos pessoas acessam.
  • Personalização: em um comércio eletrônico próprio, a cooperativa tem controle sobre tudo: layout, identidade de marca, produtos em destaque, métodos de pagamento e tudo mais. Já em um marketplace, a coop precisa se submeter às características gerais da plataforma.
  • Receitas: marketplaces podem cobrar taxas altas de comissão a cada venda. Isso pode demandar que a cooperativa ofereça preços mais altos. Em uma plataforma própria, os valores podem ser mais competitivos, uma vez que não há intermediários.
  • Controle: uma desvantagem do marketplace em relação ao e-commerce próprio é a dependência que as cooperativas podem ter da plataforma. Mudanças na operação do marketplace, como novas regras, aumento das comissões ou o encerramento da plataforma, podem gerar grandes prejuízos para o negócio.

Conclusão

O comércio eletrônico é uma realidade consolidada que veio para ficar mesmo com o fim das restrições da pandemia – tanto que a consolidação do e-commerce está em nossa lista de tendências que viraram realidade em 2022. Por isso, não dá para ignorar o potencial do comércio eletrônico para impulsionar os negócios das cooperativas.

O Sistema OCB está por dentro dessa tendência, tanto que, diante das restrições da pandemia, desenvolveu a desenvolveu o NegóciosCoop, um marketplace para promover os negócios de cooperativas por meio da intercooperação.

Agora, diante dos novos contextos, o NegóciosCoop está passando por um processo de ressignificação para proporcionar melhores condições de negócios para as cooperativas. Fique de olho nas novidades!