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Encontro de Mulheres Cooperativistas no estado do RJ debate a representatividade feminina

Liderança feminina foi o tema central do 1º Encontro de Mulheres Cooperativistas no estado do Rio de Janeiro, evento realizado no dia 30 de março, na Casa do Cooperativismo Fluminense, pelo Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, órgão vinculado ao Sistema OCB/RJ.

A importância das mulheres no sistema cooperativista, o protagonismo cada vez mais assumido por elas e as principais ações do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita  também foram amplamente debatidos em painéis e rodas de conversa durante o encontro, que reuniu cerca de 50 cooperativistas e foi transmitido para todo o Brasil pelo Canal do Sistema OCB/RJ, no Youtube.

O presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, abriu as atividades falando que o trabalho dirigido para o estímulo da participação das mulheres no cooperativismo, ao mesmo
tempo em que fortalece as cooperativas,  fomenta os valores da cooperação e difunde o   cooperativismo.

Na sequência, o painel “Trajetória do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita” teve as participações da atual presidente do Comitê, Rosa Santos; e da primeira presidente do órgão, Adelina Salles.

Rosa destacou a integração com o Elas pelo Coop, Comitê de Mulheres do Sistema OCB Nacional.

“Estamos alinhados às demandas da sociedade e adotamos a liderança feminina como pauta estratégica e prioritária de nossas ações. E bimestralmente participamos de reuniões do Elas pelo Coop, para juntas conseguirmos soluções para que a inclusão aconteça na prática. Entendemos que a verdadeira mudança só acontece quando colocamos a mão na massa”, disse Rosa

Adelina Salles relembrou o surgimento do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, criado em 2010 para ser um órgão do Sistema OCB/RJ a fim de gerar experiências  externas  e proporcionar  um processo de diálogo e estruturação de responsabilidades e ações ligadas à igualdade de gênero.

“Foi um espaço pensado de participação e contribuição para os assuntos que envolvem também as mulheres e todo o impacto que a atuação delas tem na família e na sociedade. Sempre buscamos a participação igualitária feminina no cooperativismo, sobretudo, na frequência das assembleias e trabalho nos conselhos, como pontos fundamentais para todos que trabalham com base nos princípios e valores do cooperativismo”, explicou Adelina, que relembrou duas conquistas importantes do Comitê Dona Terezita: a participação em 2015 em conferências de políticas para mulheres nos níveis municipais e estadual; e em 2016, quando proporcionou ao Sistema OCB/RJ integrar o primeiro Conselho Municipal de Direitos da Mulher – CODIM- RJ.

O momento seguinte reservou uma grande surpresa. A secretária do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, Márcia Fraga, falou sobre o Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas, a ser realizado nos dias 21, 22 e 23 de novembro a bordo de um imponente transatlântico da MSC, uma das maiores empresas mundiais de cruzeiros.

Márcia explicou que o  Sescoop/RJ disponibilizará 20 vagas para as lideranças femininas do cooperativismo do estado do Rio de Janeiro e que a instituição arcará com custo da inscrição e hospedagem em cabine dupla interna no navio. As interessadas podem se inscrever em: Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas -ENMCOOP | Sistema OCB/RJ (rio.coop)

Painéis 

Na parte da tarde, as presidentes das cooperativas Coopcarmro, Maria do Carmo Sertã Passos;  Educacional de Friburgo, Ester Araújo, também vice-presidente da OCB/RJ;  Uniodonto Resende, Aline Fernandes Chaves; e  Engecoop/MG, Junia Neves, essa de forma virtual, integraram a mesa de debates com o mote “Lideranças Femininas no Cooperativismo.

O  quarto e último painel foi “Visão da OCB em relação às Lideranças no Cooperativismo”. A mesa contou com a presidente do Sistema OCB/AP, Maria Aparecida Nascimento; da gerente de pessoas do Sistema OCB/Nacional, Carina Melo; e da analista de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB/Nacional, Divani Ferreira de Souza Matos, que também assessora o Comitê de Mulheres da OCB/Nacional.

Carina Melo reforçou que o Sistema OCB Nacional trabalha com muito empenho o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5- Igualdade de Gênero). A Instituição, segundo ela, busca a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

“Na Unidade Nacional o nosso presidente Márcio Lopes é muito engajado e incentiva as lideranças femininas no cooperativismo. Temos lá com superintendente, uma mulher, Tânia Zanella, e no corpo de colaboradores, cerca de 50% são mulheres”, destacou.

Divani Ferreira reforçou as iniciativas do Elas pelo Coop, Comitê Nacional das Mulheres e falou do Manual de Implantação do Comitê de Mulheres nas Cooperativas.

“A ideia do comitê surgiu no 14º Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC), realizado em 2019, e sua criação foi consolidada em 2020. Desde então, as integrantes participaram de capacitações, treinamentos, intercâmbios e eventos como seminários e palestras para poderem atuar em prol da representatividade feminina no cooperativismo. O Elas Pelo Coop conta com representantes dos ramos Agro, Crédito, Saúde e Trabalho, e Produção de Bens e Serviços”, explicou.

Maria Aparecida Nascimento, do Sistema OCB/AP, foi a primeira mulher a ser eleita presidente de uma unidade estadual do Sistema OCB na Região Norte. E contou que sonha com voos ainda mais altos, como assumir posições de liderança em âmbito nacional, como conselheira ou, quem sabe, diretora da Casa do Cooperativismo.

Maria relatou sua história no cooperativismo, que começou há 13 anos, quando ela fez um curso de bombeira e passou a integrar uma cooperativa de trabalho da capital amapaense. Nessa época, surgiu o nome de guerra — Nascimento, pelo qual é conhecida até hoje. Ao longo dos anos, passou por vários cargos dentro da cooperativa, desde a limpeza até a presidência. Depois, virou prestadora de serviços do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e, em 2015, conseguiu um estágio na OCB/AP.

“Depois de apenas 23 dias no estágio, eu assumi uma gerência. Talvez porque nunca tenha me visto como uma simples estagiária. Eu aprendi na prática mesmo a palestrar, a redigir uma ata, a fazer um atendimento na área jurídica, na contábil. Esse conhecimento foi me dando muita experiência no trato com as pessoas”, lembrou Maria.