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Sistema OCB/RJ marca presença na 7ª Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma

O superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser, participou nesta sexta da abertura da 7 Conferência Anual do Cooperativismo de Plataforma, no Museu do Amanhã. Para uma plateia de mais de 300 pessoas, Nasser destacou que o cooperativismo é um importante caminho de mobilidade social. “É um modelo negócio sustentável, mas que prioriza o lado humano. É importante ter em mente que os Unicórnios não conseguem se transformar em cooperativas, e essas não podem funcionar como ONGs, precisam ter a viabilidade financeira”, explica Nasser, ressaltando que o cooperativismo de plataforma tem muito espaço para crescer e pode ter um papel importante na economia do Rio de Janeiro.

Para Nasser, o evento é uma oportunidade ímpar para difundir o cooperativismo, modelo pelo qual se produz juntos, e que pode unir as pessoas e ajudá-las a olhar para frente em busca de objetivos comuns, especialmente nesse momento que o país atravessa, marcado por mudanças e divisões. “Nosso objetivo é desenvolver o cooperativismo no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Esse evento propicia que novas conexões sejam feitas e os valores do cooperativismo difundidos”, afirmou Nasser.

Na primeira mesa da Conferência, foram apresentadas iniciativas de sucesso no âmbito do cooperativismo de plataforma. Aline Os e Jacira Sousa falaram sobre o coletivo de entregas Señoritas Courier, formado por mulheres e pessoas LGBTQIAP+ que fazem entregas de bicicleta; Pedro Augusto Andrade relatou a experiência do Appjusto, um.aplicativo de entregas no qual os trabalhadores definem seus próprios preços nas entregas. Já Alexandre  Zago explicou o funcionamento do Contrata quem Luta, um assistente virtual criado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e que conecta profissionais e contratantes  de pessoas que buscam serviços como limpeza ou pintura. E por fim, o grafiteiro Mundano apresentou a plataforma gratuita Cataki, que conecta catadores de lixo a indivíduos e organizações que precisam reciclar seus resíduos residenciais ou comerciais.

Na parte da tarde, a partir das 14h, o presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, participará de uma sessão na qual apresentará o Sistema OCB/RJ ao grande público, explicando para os interessados os motivos que fizeram a instituição apoiar o evento. Mais tarde, às 18h45, a Cooperativa Unijazz Brasil vai acompanhar a cantora e compositora americana Stefania de Kenessey que, na ocasião, vai interpretar, em português, o Hino do Cooperativismo de Plataforma.

Ao longo do evento, que já passou por Nova Iorque, Berlin e Hong Kong, professores, pesquisadores, cooperados ligados a cooperativas diversas de produtos e de serviços, formuladores de políticas públicas, advogados, gestores públicos, Organizações da Sociedade Civil (OSCs), desenvolvedores, entusiastas de tecnologia e empreendedores irão debater os desafios para desenvolver o cooperativismo de plataforma no país.

O evento, que está em sua 7ª edição, é considerado o principal encontro internacional para discutir cooperativismo de plataforma e continua amanhã e domingo, no Museu do Amanhã, na área portuária da cidade do Rio de Janeiro.

Alguns dos palestrantes já confirmados são Ronaldo Lemos, advogado, especialista em tecnologia e cientista-chefe do ITS; Anita Gurumurthy, fundadora da “IT for Change” na Índia, onde lidera pesquisas sobre economia de plataforma, governança de dados e IA, democracia na era digital e estruturas feministas sobre justiça digital; e James Muldoon, professor sênior de ciência política na Universidade de Exeter e chefe de pesquisa digital no think tank Autonomy.

O Brasil, que cultiva forte tradição no cooperativismo, agora está emergindo como um hub global para plataformas digitais de propriedade de trabalhadores e usuários. Os contornos de uma economia digital cooperativa e global já são visíveis em cidades como o Rio de Janeiro.

“O Cooperativismo de plataforma é uma forma justa e igualitária de distribuir trabalho e renda na mesma proporção aos associados, sendo uma alternativa viável à superexploração do trabalho que ocorre em aplicativos tradicionais. Basicamente aproveita-se a tecnologia, mas de uma forma que envolva a copropriedade, em que todos os participantes são donos do negócio. Tudo isso dentro de princípios como pagamentos justos e seguridade de renda, transparência e portabilidade de dados, estrutura jurídica protetora, benefícios e proteção trabalhistas, dentre outros”, destaca Vinicius Mesquita, presidente do Sistema OCB/RJ.

Além do Sistema OCB/RJ e das cooperativas Coopersystem e Needsmap, que patrocinam o evento, são parceiras da iniciativa as instituições Coonecta, Digilabour e Mundo Coop.