O Sistema OCB/RJ sediou, na terça-feira, 29 de julho, o 7º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas RJ. Organizado pelo Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, o evento teve como tema “Cooperativismo e Inclusão: construindo um futuro mais justo” e contou com uma programação diversificada.
A presidente do comitê, Rosa dos Santos, ressaltou a importância da atuação do grupo como referência nacional no cenário cooperativista e fez um alerta: “Temos muitas mulheres no cooperativismo, mas precisamos de ainda mais!”
O presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, participou do encontro e destacou o pioneirismo do Rio de Janeiro: “Outros estados do Brasil possuem comitês de mulheres, mas apenas o Rio de Janeiro tem um comitê de gênero. O primeiro encontro que discutiu a comunidade LGBTQIAPN+ também foi realizado aqui. Isso demonstra nosso compromisso com a diversidade e com a necessidade de tratar todos com respeito. Só assim a sociedade evolui”, afirmou.
A analista de Investimento Social Estratégico do Sicoob Cecremef, Cristiane Quaresma, conduziu a dinâmica quebra-gelo, que abriu a programação.
Em seguida, a psicóloga Estefany Flor Francisco apresentou o primeiro painel, intitulado “LGBTI+: muitos caminhos para a inclusão”. Ela abordou as múltiplas formas de inclusão pois, segundo a palestrante, o tema é tratado como se fosse algo único. “Esquecemos que, enquanto seres humanos, vivenciamos diferentes atravessamentos — sociais, econômicos e culturais. Por isso, propus um olhar mais abrangente”, explicou Estefany.
“Quando as pessoas se unem em torno de um propósito, elas conseguem avançar. Se somos capazes de ouvir, também somos capazes de nos compreender”, refletiu.
Diversidade e Igualdade no ambiente cooperativo
Logo depois, a advogada Ana Luísa Lima, especialista em direito cooperativista, alertou o público sobre os direitos e deveres das cooperativas no que se refere à inclusão. “É importante sair daqui conhecendo o panorama legal e social da inclusão de mulheres e da população LGBTQIAPN+, além de se sentirem inspirados a implementar ações concretas no setor cooperativista”, afirmou.
Ao longo do evento, Ana Luísa explicou que diversidade e inclusão são conceitos distintos: diversidade refere-se às diferenças — como tons de pele, religiões e orientações sexuais, por exemplo —, enquanto inclusão diz respeito à forma como essas diferenças são tratadas. “Devemos tratar os iguais de forma igual e os diferentes de forma diferenciada, para que todos tenham acesso aos mesmos direitos legais”, esclareceu.
A palestrante também apresentou legislações relevantes sobre inclusão que devem ser aplicadas em todas as cooperativas, com ênfase nos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIAPN+. Ela mostrou como os 7 princípios do cooperativismo se alinham com necessidade de inclusão. “O futuro é cooperativo e inclusivo. Vários estudos já mostram que o cooperativismo é o futuro econômico. E eu digo que também é o futuro jurídico de inclusão”, afirma.
Ao final do painel, a advogada respondeu a dúvidas do público sobre questões legais vivenciadas em suas cooperativas. Gracielle Teodoro, Diretora Administrativa da Cooptec, foi uma das pessoas que usufruiu do momento para tirar suas dúvidas. “Ainda existe muito preconceito e as cooperativas precisam incluir todas as pessoas em seus negócios, independente de raça, sexualidade ou qualquer outra questão. Vou levar para casa a ideia de incluir toda a diversidade que temos à nossa volta” revela Gracielle.