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Como implantar uma gestão data driven na sua cooperativa de forma definitiva

No mundo dos negócios, alcançar resultados sempre é prioridade. Cada organização monta suas estratégias adequadas à sua realidade para obter números positivos. Existe, porém, uma boa prática que une as organizações de destaque: tomar decisões com base em dados.

Uma gestão data driven (“conduzida por dados”, em inglês) promove resultados mais assertivos na comparação com as decisões tomadas sem o amparo de dados. A prática direciona as ações e colabora para que a organização alcance suas metas.

Se o modo data driven de gerir é tão importante e efetivo, conhecê-lo a fundo torna-se obrigatório para qualquer líder. Neste artigo, entenda o conceito e saiba como inseri-lo de maneira permanente na sua cooperativa.

O que é uma gestão data driven

Uma organização que deseja ser data driven precisa entender um aspecto importante deste conceito: tomar decisões com base em dados não é apenas um método, mas parte da cultura institucional. A prática deve ser prevalente em todas as fases da cooperativa para que a sua implementação seja efetiva.

Uma gestão que adota esta cultura utiliza dados concretos – que podem ser obtidos através de pesquisas de mercado, relatórios ou quaisquer outras fontes relevantes – para formular previsões e fazer escolhas. Este modo de agir pode ser utilizado para decisões comerciais, logísticas, pessoais… Ou seja, ser data driven é benéfico para qualquer setor de uma cooperativa.

Transformar os dados em informações relevantes e inspiradoras demanda trabalho. Esse processo passa pela coleta, organização e análise de dados. Sistemas de gestão de negócios e outras ferramentas tecnológicas são essenciais nesta etapa.

O modo data driven de gestão ganhou força e se consolidou como tendência a partir do surgimento de outro conceito: o big data. Entenda a seguir a relação entre esses dois termos tão importantes no mercado atual.

Ligação entre big data e ser data driven

O conceito de big data é simples: refere-se a dados em quantidade abundante ou complexos demais para gerenciar utilizando softwares e ferramentas tradicionais. O armazenamento e o acesso às informações dependem desse tipo de tecnologia, que se desenvolve de maneira acelerada especialmente a partir dos anos 2000.

Há muitos dados que podem ser úteis para uma cooperativa, independentemente de seu segmento. Um conjunto de informações detalhadas sobre o comportamento do cliente, por exemplo, ajuda operações de marketing a segmentar um público-alvo e promover ações personalizadas.

Já uma cooperativa de crédito pode recorrer ao big data para analisar operações em tempo real e identificar atividades suspeitas. As possibilidades são quase infinitas.

O seu negócio não precisa ser grande para se beneficiar do uso de big data. Defina uma estratégia levando em conta as metas da organização, identifique as fontes de dados – sistemas conectados por IoT, redes sociais, dados disponíveis ao público, entre outros – e encontre formas de acessá-los facilmente, preferencialmente em tempo real.

Características do big data

O big data é composto por características conhecidas como os três V’s: variedade, velocidade e volume. O conceito se expandiu ao longo dos anos, e outros V’s foram incorporados à compreensão sobre big data, como valor e veracidade.

  • Variedade: Como já mencionado neste artigo, os dados podem ter muitas origens diferentes. Algumas informações, provenientes de bancos de dados, são consideradas estruturadas. Já outros formatos, como texto e imagem, são não estruturados. Integrar e analisar esses diferentes materiais é uma das vantagens do big data.
  • Velocidade: Os dados são coletados e processados mais rapidamente que em outros métodos. Tecnologias de análise em tempo real são uma tendência no mercado, exigindo avaliação e ação simultânea.
  • Volume: A característica essencial do big data é a quantidade de dados. É necessário alocar recursos para o armazenamento dessas informações, que podem chegar à escala dos petabytes a depender do tamanho da organização. A nuvem é uma solução cada vez mais popular.
  • Valor: Os dados por si já são valiosos, mas eles só serão transformadores se gerarem insights para a organização. Encontrar valor no grande volume de informações é essencial para que o big data alcance seu objetivo.
  • Veracidade: A qualidade dos dados é importante para que as decisões baseadas neles sejam precisas. Métodos de validação são uma forma de assegurar a confiabilidade das informações.

 

Agora que você já sabe mais sobre big data, fica fácil entender como este conceito se relaciona à implementação da cultura data driven em sua cooperativa. Esta forma inovadora de lidar com dados diversos e em grande quantidade é uma ferramenta importante, fornecendo materiais de qualidade e estimulando a tomada de decisões baseadas em fatos.

Vantagens de ser data driven

Transformar a sua cooperativa em uma organização data driven exige investimento, novos conceitos e novas práticas. Por que então direcionar tantos esforços para promover essa mudança cultural? A resposta é simples: os benefícios são enormes.

Decisões melhores

Em uma organização verdadeiramente data driven, os dados têm utilidade. Nesses ambientes, todos sabem que a melhor forma de se tomar decisões é com base em aspectos objetivos, por meio do viés analítico.

Além de os dados fornecerem base para a formulação de estratégias, eles tornam todo o processo mais ágil e eficiente. Segundo estudo da Cognopia, companhias que tomam decisões sustentadas por informações concretas têm 19 vezes mais chances de serem lucrativas em relação àquelas que são geridas com base no instinto e nas percepções pessoais de seus líderes.

Otimização de custos

A análise pode ter como objetivo aprimorar a cooperativa internamente. Uma organização data driven reduz gastos e otimiza recursos ao gerenciar seus processos com base em dados.

São diversos os campos onde os dados podem ajudar sua organização a economizar dinheiro. Uma cooperativa de infraestrutura, por exemplo, pode recorrer a dados históricos para identificar pontos de atenção e promover a manutenção preventiva. Já uma associação agropecuária pode se beneficiar e muito de uma gestão de estoque eficiente, utilizando números para prever demandas futuras.

Olhar amplo para o mercado

Visão é uma das características essenciais que compõem o perfil empreendedor desejado em qualquer líder. Mas essa visão não é inata, natural para pessoas em posição de liderança. Trata-se de uma característica possível de aprimorar, e os dados ajudam nisso.

Ferramentas de análise de dados podem monitorar tendências de mercado, identificar pontos fortes e fracos na concorrência, prever o comportamento do consumidor e auxiliar na análise de riscos. Com esse embasamento factual, a visão de mercado torna-se mais ampla e assertiva, fortalecida por um olhar analítico.

Insights para inovação

Um dos principais benefícios da análise de dados é que ela gera insights com base factual, aumentando as chances de as ideias se concretizarem em resultados. Dessa forma, os números podem se tornar uma fonte frutífera de ideias inovadoras.

Inovar é obrigatório para sobreviver a longo prazo no mundo dos negócios, mas inovar sem propósito definido não é um caminho sustentável de sucesso. Conhecer as necessidades do público-alvo, a atuação da concorrência e as possibilidades econômicas de sua cooperativa é uma base para inovações assertivas. Companhias com a mentalidade data driven entendem isso, possuindo a base necessária para estar um passo à frente do mercado.

Identificação de problemas

Os dados são objetivos, e nem sempre vão mostrar os resultados que você gostaria de encontrar. Mas deparar-se com problemas em sua operação não é necessariamente negativo. A cooperativa pode responder com soluções criativas e eficientes, algo mais simples de se fazer quando há números concretos sobre a questão.

Uma cooperativa de transportes deve utilizar dados de anos anteriores para identificar partes de seus veículos que apresentam problemas após determinado período de uso. Ao agir de maneira proativa, a organização pode realizar manutenção preventiva e evitar gastos maiores e imprevistos no futuro.

Soluções

As vantagens citadas acima não são as únicas, mas evidenciam como ser uma cooperativa data driven é uma vantagem competitiva. Muitas vezes, esses benefícios aparecerão em conjunto.

Vamos tomar como exemplo uma cooperativa de infraestrutura que atua no ramo de energia elétrica. A companhia verifica que, por conta de aspectos climáticos, o período do ano com maior demanda também é quando ocorrem mais problemas no seu serviço, gerando insatisfação em parte de seus clientes.

O caráter preditivo da análise de dados ajuda a cooperativa a agir de forma proativa para resolver esta situação. Ao identificar o problema, ela aposta em manutenção preventiva, reduzindo as quedas no fornecimento de eletricidade. A análise também otimiza custos ao definir qual é a época do ano com maior demanda.       A companhia ainda decide investir em relacionamento com o cliente, desenvolvendo um app inovador que facilita o atendimento.

Alcançar uma solução tão completa e com diversas fases, como neste exemplo, só é possível quando a cultura data driven faz parte de sua cooperativa. Incorporar este modo de agir tornará a organização mais estável e competitiva.

Como adotar uma gestão data driven

Está convencido dos benefícios de adotar uma gestão data driven e quer incorporá-la em sua cooperativa? Ótimo, esta é a decisão ideal! Mas saiba que a implementação não ocorrerá da noite para o dia. É necessário passar por diversas etapas até que se orientar por dados seja parte permanente da cultura organizacional.

Planejamento

A ideia por trás da implementação de uma cultura data driven é que todos os processos passem a ser direcionados por informações objetivas. Entretanto é necessário definir quais são as metas que impulsionam a mudança. O objetivo é aprimorar os processos internos da cooperativa? Fortalecer sua presença digital? Obter um panorama do mercado e insights para inovação?

Essa é uma parte importante do processo para estabelecer a gestão data driven. O planejamento direcionará a coleta de dados, demarcando quais são as informações relevantes. Outro ponto que deve ser definido nos estágios iniciais é onde os dados serão armazenados.

Disseminação da cultura

Já deu para perceber que os princípios data driven devem se expandir para além das lideranças, atingindo todas as camadas da organização. Entretanto, a depender de como os processos funcionavam antes, a mudança pode ser drástica.

É fundamental manter os colaboradores engajados e transmitir-lhes por que tomar decisões com base em dados é um procedimento mais eficiente. Certifique-se que a equipe está preparada para mudar seu modus operandi, forneça treinamentos e recompense aqueles que contribuem para a disseminação da nova cultura organizacional.

Acesso amplo aos dados

Se a ideia é expandir a cultura data driven por toda a cooperativa, é fundamental que todos os colaboradores tenham acesso à maioria ou à totalidade dos dados. A democratização dessas informações pode assustar gestores, mas é essencial para que a equipe incorpore a prática ao seu cotidiano de trabalho.

Para assegurar que os dados permaneçam sob o controle da cooperativa, invista em comunicação interna e garanta que a troca de informações ocorra somente através de tecnologias seguras.

Monitorar o desempenho com frequência

Já vimos que a análise de dados tem diversas utilidades, e uma delas é aprimorar os processos em curso na companhia. Por que não utilizar os mesmos princípios para se certificar de que a implementação da cultura data driven está funcionando?

Utilize relatórios e números de desempenho como forma de monitorar se a revolução data driven está trazendo os resultados esperados à sua cooperativa. Esses dados indicarão pontos de melhoria e exemplos de sucesso dentro da organização.

Uso de tecnologias

Uma organização data driven necessariamente se vale da tecnologia para implementar esta cultura organizacional, utilizando big data para armazenamento e acesso às informações. Além desta, há muitas outras tecnologias que podem facilitar o trabalho.

Sistemas de machine learning e inteligências artificiais alimentadas com informações relevantes são uma ferramenta preditiva poderosa. Essas tecnologias conseguem identificar padrões em grandes quantidades de dados, superando a velocidade humana e fornecendo insights valiosos aos responsáveis pela tomada de decisão.

Para cada ponto específico que você deseja aprimorar em sua cooperativa, há um software ou uma ferramenta que simplifica a missão. Para uma visão geral do seu negócio, o Cyfe é uma alternativa consagrada no mercado. Para gerenciar o marketing digital, o eKyte é uma opção completa. Para monitorar seu site, o Google Analytics traça a jornada do usuário. Para estabelecer contato direto com o cliente via e-mail, HubSpot e RD Station fornecem dados relevantes.

O modelo de gestão do futuro

Com tantos aspectos positivos e possibilidades de evolução, fica evidente que esta forma de gestão é a mais indicada para conduzir seu negócio. Não só para o hoje, como também para o amanhã. Um artigo da McKinsey sobre a organização ideal para 2030 projeta que sua gestão será orientada por dois pilares: dados e inteligência artificial.

A consultoria sugere que as organizações se esforcem para unificar esses dois pilares. A ubiquidade – tudo, em todo lugar, gerará dados para sistemas integrados – será uma característica das organizações data driven em 2030. Quem deseja criar vantagem competitiva deve investir em dados proprietários. Estes alimentarão as IAs, que ajudarão a detectar padrões, traçar o comportamento do consumidor e tomar melhores decisões.

As equipes terão novas atribuições no futuro. Todos no time ampliarão suas noções sobre uso de dados na tomada de decisões. Engenheiros de dados trabalharão de forma mais abrangente, e funções ligadas exclusivamente à IA tornarão-se mais comuns.

As lideranças terão papel importante no processo de estabelecer a mentalidade “dados e IA primeiro”. Aspectos já mencionados neste texto, como democratização do acesso aos dados, são destacados pela McKinsey.

O artigo menciona características fundamentais para os líderes que conduzirão companhias em direção ao data driven do futuro. Essas pessoas devem se destacar em governança e compliance, “engenharia” de oportunidades – olhar para todos os problemas como uma oportunidade de automatização – e valor de mercado – foco em gerar resultados a partir dos dados.

Conclusão: o futuro é da gestão data driven

Ser uma cooperativa data driven é muito mais que um método de gestão, é parte de sua cultura. Ao incorporar essas práticas, a organização estará equipada para tomar decisões, otimizar recursos e se destacar no mercado. É necessário planejamento e muito trabalho, mas os benefícios são claros e transformadores.

Para mergulhar de vez no universo data driven, confira o curso Desk Research do CapacitaCoop! O programa ensina como adquirir informações pertinentes e precisas através da pesquisa, transformando levantamentos de dados em uma ferramenta para alcançar o sucesso em projetos corporativos ou pessoais.

 

Fonte: InovaCoop