Abdul Nasser, superintendente do Sistema OCB/RJ, deu início ao segundo e último dia da Feira Rio Mais Coop com a palestra “Como nascem as verdadeiras cooperativas: da ideia de negócio à identidade cooperativa”. Nela, explicou os passos necessários para que cooperativas transformem simples pessoas em verdadeiros cooperados por essência.
Segundo Nasser, alcançar esse nível de engajamento exige que as pessoas compreendam o propósito do cooperativismo. “Antes de colocar as pessoas no cooperativismo, queremos colocar o cooperativismo nas pessoas. E a Feira Rio Mais Coop tem esse papel”, destacou o superintendente.
Atuando no cooperativismo desde 1996, Nasser compartilhou uma crítica recorrente que ouviu ao longo dos anos: a percepção de que o cooperado muitas vezes se vê como “apenas um correntista ou credenciado” e não um sócio. Ele ressaltou que, para a cooperativa ter melhores resultados, o cooperado deve exercer um papel duplo, atuando como sócio e, ao mesmo tempo, cliente, trabalhador ou fornecedor.
Para Nasser, a raiz dessa percepção está na falta de propósito claro. “O cooperado entra pelo negócio, mas só se torna sócio por propósito”, explicou. Ele enfatizou que as cooperativas precisam internalizar e comunicar um propósito claro, que transpareça em suas práticas diárias. “Esse propósito deve ser tão enraizado e compartilhado que nem precise ser constantemente comunicado”, observou. É o propósito, segundo ele, que eleva um produto de uma simples commoditie a uma experiência memorável.
Nasser também lembrou ao público que uma cooperativa é, antes de tudo, um negócio, e, como tal, deve ser economicamente viável. “Cooperativa não é ONG”, brincou. Contudo, ele apontou que a diferença está na viabilidade social, que é essencial para o cooperativismo. “Sem viabilidade social, a cooperativa perde sua razão de existir”, concluiu.
Fonte: Júlia Cruz – Sistema OCB/RJ