Uma em cada oito pessoas no mundo é ligada ao cooperativismo. É isso mesmo, o coop reúne 1 bilhão de pessoas, cerca de 12% da população global, que estão vinculadas a 3 milhões de cooperativas em todo o planeta.
É por isso que, muito provavelmente, você conhece uma cooperativa ou já consumiu algum produto ou serviço com a marca coop. O cooperativismo está na produção de alimentos, nos serviços financeiros, no transporte de cargas e passageiros, no atendimento à saúde, na oferta de moradia digna, na geração de energia e em muitos outros produtos e serviços.
Em todo o mundo, as cooperativas são responsáveis por 280 milhões de empregos e movimentam US$ 2,17 trilhões anualmente. Se fossem um país, as 300 maiores coops do mundo seriam a 9ª maior economia global.
Algumas das maiores empresas do mundo são cooperativistas, como a Corporação Mondragon, maior grupo empresarial do País Basco e sétimo da Espanha; e a instituição financeira cooperativa francesa Groupe Crédit Agricole, que movimentou US$ 88,9 bilhões em 2022.
Os números são impressionantes, mas o principal diferencial do cooperativismo pelo mundo é o cuidado com as pessoas. Todos esses resultados financeiros são consequência de um modelo de negócio baseado em valores e princípios, com gestão democrática e foco no bem-estar dos cooperados, das comunidades e do planeta.
Em todos os países onde atuam, as coops são reconhecidas por seu potencial de gerar trabalho e renda, fortalecer a economia local, promover valor a longo prazo e atuar em prol da sustentabilidade.
VOZ MUNDIAL
Com participação econômica e papel social tão relevantes, as cooperativas precisam atuar de forma organizada e ter uma representação institucional forte para garantir que o coop ultrapasse fronteiras e mais pessoas façam parte desse sistema socioeconômico justo e sustentável.
Mundialmente, quem exerce esse papel é a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que reúne, representa e trabalha por todas as cooperativas em âmbito global. Fundada em 1895, a ACI é uma das organizações não governamentais mais antigas e uma das maiores do mundo em número de pessoas representadas: 1 bilhão de cooperativistas.
A entidade atua a partir de seu escritório global, em Bruxelas, na Bélgica, e quatro representações regionais: Europa, África, Américas e Ásia-Pacífico. A voz mundial do cooperativismo tem oito organizações setoriais – Bancos, Agricultura, Pesca, Seguros, Saúde, Habitação, Consumo e Indústria/Serviços –, além de cinco comitês e redes organizadas: de igualdade de gênero, juventude, pesquisa, direito e desenvolvimento. No total, a rede cooperativa mundial da ACI reúne 305 organizações e 103 países-membros.
“Acreditamos em uma economia que coloca as pessoas e o meio ambiente em primeiro lugar, que a cooperação é mais efetiva que a competição e que a prosperidade deve caminhar junto com o bem-estar de todos. A ACI é a casa que reúne todas as pessoas que praticam esse tipo de economia e que nos representa no cenário internacional como um movimento forte e integrado, defensor de um modelo socioempresarial intimamente ligado ao desenvolvimento sustentável”, afirma o presidente da ACI, Ariel Guarco.
COOP BRASILEIRO NO MAPA GLOBAL
Representante das cooperativas brasileiras, o Sistema OCB é parte da ACI desde 1989 e sempre participou ativamente da administração da entidade global. Desde 2022, a atuação brasileira tem ainda mais destaque, com a eleição do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, para uma cadeira no Conselho de Administração da ACI.
“É uma honra representar o movimento cooperativista internacional e poder trabalhar para fortalecer a cultura da cooperação em todo o mundo. Nosso objetivo é criar ambientes regionais e globais que possibilitem a formação e o crescimento das cooperativas”, destaca Freitas.
Além da ACI, o Sistema OCB integra outros grupos multilaterais do cooperativismo, como a Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul (RECM) e a Organização das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), além de promover intercâmbio e cooperação técnica com sistemas cooperativistas nacionais de outro países.
A inserção do coop brasileiro no mundo é uma das frentes do trabalho de representação institucional do Sistema OCB. A missão inclui levar os produtos das cooperativas do Brasil para mercados internacionais e mostrar os diferenciais do nosso modelo de negócio.
De acordo com o coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, João Martins, o cooperativismo brasileiro tem diferenciais que atendem a demandas cada vez mais relevantes do mercado global, como desenvolvimento sustentável e comércio justo, e é preciso destacar esses atributos para valorizar as coops do país.