Quanto tempo você perde aguardando por decisões, esperando retornos ou refazendo atividades que já deveriam ter sido finalizadas? Se a resposta para essa pergunta for “muitas horas”, continue lendo, pois a gestão ágil pode ser a base para uma nova era na sua cooperativa.
De acordo com o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o volume diário de negociações nos mercados de câmbio globais era de cerca de US$6,6 trilhões em 2019. Se dividirmos essa estimativa pelo número de horas em um dia, a ideia é que US$275 bilhões sejam movimentados por dia.
O que queremos reforçar com esse valor é o fato de que, atualmente, cada minuto conta. Demorar muito tempo para tomar uma decisão pode representar uma perda significativa de dinheiro, bem como o desperdício de grandes oportunidades de negócios e inovação.
Mas a principal desvantagem desse hábito é a desvalorização da cultura de uma cooperativa. Quando as escolhas demoram muito tempo para serem feitas, toda a rede de colaboradores é impactada. Basicamente, o desempenho de todos acaba caindo.
Gestão ágil como solução
Nesse contexto, a gestão ágil surgiu como uma resposta a uma demanda crescente do mercado. Era preciso criar um sistema que cortasse períodos ociosos e, ao mesmo tempo, proporcionasse tomadas de decisão assertivas e condizentes com a necessidade das cooperativas.
Uma ótima indicação da qualidade da gestão ágil é a sua conexão com a inovação. Esses dois conceitos estão diretamente ligados e, quando combinados, são capazes de impulsionar um ao outro.
Ademais, a gestão ágil melhora a coordenação entre áreas, o foco estratégico em prioridades e, é claro, o aumento da competitividade de mercado. A seguir, explicamos um pouco mais sobre o tema – boa leitura!
Gestão ágil enfrenta inovação defasada nas áreas corporativas
No Brasil, há quem diga que não tem como escapar da burocracia. No entanto, a gestão ágil já provou que isso está longe de ser verdade, tendo se destacado em áreas enxergadas como ultrapassadas nesse sentido. Em termos de inovação e produtividade, essa metodologia é como um verdadeiro combustível.
Setores como o Jurídico, o Financeiro e os Recursos Humanos são ótimos exemplos disso. Por incluírem uma série de processos, dependerem da participação de elementos externos e terem estratégias que funcionam a longo prazo, eles acabaram ganhando uma fama negativa de que funcionam devagar. É por isso que a gestão ágil é tão interessante para eles, afinal.
As principais diferenças entre a gestão ágil e a tradicional
Eis, portanto, as diferenças que mais se destacam entre a gestão ágil e a tradicional.
Em suma, a gestão ágil se destaca pela flexibilidade, foco no cliente, colaboração e interações contínuas. A gestão tradicional, por outro lado, segue abordagens mais sequenciais e rígidas, com ênfase na estrutura hierárquica e planejamento detalhado.
A resposta para modernizar os setores-chave das cooperativas
Existe uma linha muito tênue entre tomar decisões de forma ágil e escolher coisas sem pensar direito nelas. Nos segmentos mais estratégicos do cooperativismo, como o RH, o jurídico e o financeiro, cada atitude deve ser tomada com inteligência.
No entanto, isso significa que ela precisa demorar dias, semanas ou até meses para ser encaminhada. Ter um sistema de fluxo de trabalho bem estruturado, por exemplo, vai ser de grande ajuda para modernizar esse processo.
Ao invés de passar por vários setores, busque direcionar essa escolha aos colaboradores com mais experiência no segmento, ao mesmo tempo em que aproveita a oportunidade para qualificar novos tomadores de decisão.
Também vale a pena pensar em digitalização. Ao invés de perder tempo procurando papéis, enviando documentos para outros setores, captando assinaturas e outras diversas etapas envolvidas na parte burocrática de uma cooperativa, a sugestão é investir em sistemas que centralizem e organizem essa jornada.
Promova treinamentos e palestras constantes para garantir que a sua equipe está preparada para os desafios que estão chegando. Ao invés de sofrer com problemas de adaptação, a recomendação é introduzir mudanças o quanto antes para que, na hora em que elas forem necessárias, tudo flua com mais eficiência.
O papel da gestão ágil
Você pode organizar quantas reuniões quiser para tentar agilizar a tomada de decisões na sua cooperativa, mas a verdade é que, para ter sucesso, é preciso contar com um sistema eficiente, que facilite processos e proporcione ferramentas para estimular a evolução da equipe.
Metodologias como a Scrum, Kanban e a Lean são ótimas sugestões para quem tem interesse na gestão ágil, uma vez que que elas focam no corte de etapas desnecessárias e na otimização do tempo e do esforço de cada pessoa envolvida.
Como as cooperativas podem agilizar e modernizar seus setores-chave?
E quais são as práticas que podem ser melhoradas através da gestão ágil? Confira um resumo de diversos pontos que podem ser beneficiados com a implementação dessa ferramenta.
• Definição de trabalhos: a gestão ágil permite uma definição mais clara e flexível de tarefas e projetos, facilitando a adaptação às mudanças. Por exemplo, em um setor jurídico cooperativo, as equipes podem se ajustar rapidamente às novas demandas legais.
• Priorização dos problemas: as metodologias ágeis, como o Scrum, enfatizam a priorização de tarefas com base no valor e na urgência. Isso é particularmente útil no RH cooperativo, onde a gestão de talentos e a resolução de conflitos podem ser priorizadas de acordo com a necessidade.
• Compatibilização de colaboradores: a colaboração e a comunicação eficazes são incentivadas nas metodologias ágeis. Isso é relevante para cooperativas, onde a integração e a cooperação entre membros são fundamentais para o sucesso.
• Aprendizado contínuo: as práticas ágeis promovem a mentalidade de aprendizado contínuo. Por exemplo, no setor financeiro cooperativo, as equipes podem se adaptar rapidamente a novas regulamentações e tendências do mercado.
• Foco na produtividade: A gestão ágil busca melhorar a produtividade, eliminando desperdícios e simplificando processos. Isso pode ser aplicado a áreas como o financeiro cooperativo, onde a eficiência operacional é crítica.
Entre as principais metodologias, estruturas e técnicas ágeis que podem ser aplicadas, citamos:
• Scrum: uma estrutura ágil que divide o trabalho em sprints, geralmente de 2 a 4 semanas, com foco na entrega contínua de funcionalidades valiosas. Por exemplo, uma cooperativa de crédito pode usar o Scrum para desenvolver um aplicativo bancário.
• Kanban: uma técnica que visualiza o fluxo de trabalho e limita o trabalho em progresso. Assim sendo, um setor de atendimento ao cliente de uma cooperativa consegue usar o Kanban para acompanhar solicitações de membros.
• Lean: uma filosofia que visa a eliminação de desperdícios e a melhoria contínua. Apta, portanto, a ser aplicada em qualquer setor das cooperativas a fim de otimizar processos.
• Design Thinking: uma abordagem centrada no usuário para resolver problemas e criar soluções inovadoras. Por exemplo, um setor de inovação de uma cooperativa pode usar o Design Thinking para desenvolver novos produtos.
• DevOps: uma abordagem que integra desenvolvimento e operações para acelerar a entrega de software. Nesse sentido, uma cooperativa de TI tem a possibilidade de usar o DevOps para implantar atualizações de sistemas com mais rapidez e confiabilidade.
Assim como na gestão ágil, vamos direto ao ponto
A gestão ágil não é um plano para o futuro: ela pode começar a ser implementada o quanto antes para gerar frutos ainda mais proveitosos para a sua cooperativa. A boa notícia é que isso pode ser muito mais prático do que você imagina.
Em nosso Guia Prático Metodologia Ágeis, avaliamos, explicamos e analisamos os principais elementos envolvidos na gestão ágil, proporcionando insights valiosos para quem quer ter resultados mais rápidos e eficientes. A leitura é simples, rápida e repleta de conteúdo. Vale a pena se aprofundar nesse tema!
Além disso, no InovaCoop você tem acesso a trilha “Quero ser Ágil”, que conta com cursos com foco em Métodos Ágeis e, também, ao curso completo (com as 6 etapas) do Design Thinking.