A Gerência de Desenvolvimento de Cooperativas (GEDEC), a partir da sua Coordenação de Meio Ambiente, promoveu, nesta terça-feira (24), capacitação para as Organizações Estaduais (OEs) iniciarem suas atuações no processo de orientação à constituição, registro e acompanhamento das cooperativas de geração distribuída. O projeto Solução Energias Renováveis visa orientar os dirigentes das OEs sobre os modelos de negócios existentes e as melhores práticas para o correto registro de novas cooperativas de geração distribuída, além do acompanhamento transparente, eficiente e alinhado com a atual legislação.
O Sistema OCB está atento ao caminho de evolução do cooperativismo, se adaptando à tendências, negócios e buscando a sustentabilidade como parte fundamental de seus objetivos. Para Marco Morato, coordenador de Meio Ambiente, o encontro refletiu o compromisso da unidade nacional com a inovação e a sustentabilidade. Ele destacou o papel das cooperativas no avanço da geração de energia limpa. “O projeto é uma prova de que o cooperativismo está sempre à frente de seu tempo, em busca de oportunidades que promovem o desenvolvimento sustentável”, declarou.
O coordenador lembrou que as cooperativas do Ramo Infraestrutura possuem a missão fundamental de oferecer infraestrutura básica para seus associados, com o intuito de melhorar a qualidade de vida e apoiar as atividades produtivas. Por isso, elas se destacam por fornecer serviços essenciais, como geração e distribuição de energia, telecomunicações e saneamento básico, rodovias, portos e irrigação”.
Segundo a analista Laís Nara Castro, o segmento é alicerce para várias comunidades brasileiras. “A finalidade do Sistema OCB é melhorar a vida de cooperados e impulsionar a atividade de produção, com o fornecimento de serviços vitais e que são fundamentais para o crescimento e a prosperidade de associados e suas regiões. Por isso, esse projeto é muito relevante”, declarou.
Ela destacou que a energia produzida em determinados locais e, muitas vezes, gerada em fontes renováveis, são usadas para atender às necessidades energéticas das unidades consumidoras associadas. “Quando a geração é superior ao consumo, o excedente é creditado para uso futuro nas unidades consumidoras dos cooperados. Dentro desse modelo, ocorre uma troca de energia entre o consumidor e a distribuidora, efetivamente transformando a rede em uma bateria virtual, uma forma de garantia dos suprimentos de energia mais sustentável e eficiente”.
De acordo com Morato, a geração distribuída representa um verdadeiro marco para o cooperativismo, pois torna a energia um ativo compartilhado entre os cooperados. “Nesse modelo, as fontes renováveis desempenham um papel fundamental, garantindo um abastecimento mais sustentável e eficiente. O excedente de energia, quando gerado, não é desperdiçado”, explicou.
O cooperativismo brasileiro possui, atualmente, 15% das cooperativas de infraestrutura gerando sua própria energia, sendo que 98 delas produzem para consumo próprio e 14 produzem energia para venda. Três delas expuseram seus cases durante a capacitação. A CoopSolar (PB) foi a primeira cooperativa de energia solar do Nordeste a utilizar o sistema de compensação, em que não existe comercialização e há conversão em crédito de energia (kWh).
Já a CooperNova (MT) tem a pecuária de leite como principal atividade e desenvolveu um projeto para gerar energia através de usinas solares a fim de atender a demanda dos seus mais de 1,9 mil cooperados. As usinas foram instaladas em áreas de propriedade da coop e devem atender, no total, cerca de 650 Unidades Consumidoras (UC) até o final de 2025.
Por sua vez, a cooperativa Sol Invictus (GO) contrata usinas fotovoltaicas com preços competitivos e repassa o desconto que obtém para os cooperados depois de abater seus custos operacionais e oferece crédito na conta de luz, gestão de conta e monitoramento de consumo. O cooperado recebe sua cota de créditos diretamente no boleto e a concessionária deduz esse valor.
Fonte: SomosCooperativismo