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O desafio de tornar os planos de saúde mais acessíveis

Na visão de Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil, a solução para os desafios que o setor enfrenta passa, necessariamente, por um diálogo qualificado sobre o que fazer para que mais pessoas possam realizar o desejo de ter um plano de saúde. O tema será um dos focos da 52ª Convenção Nacional Unimed, que reunirá cerca de mil lideranças das cooperativas médicas, especialistas em saúde e tecnologia, gestores e representantes dos setores públicos. O evento Inovação, Inclusão e Cooperação na Saúde ocorrerá entre hoje e quinta-feira (5), em Brasília, e vai abordar assuntos que vão da importância de desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS) ao debate sobre a regulamentação dos planos de saúde – ressaltados também na entrevista a seguir.

Quais as principais transformações enfrentadas pela saúde suplementar no País e que contribuições a Unimed prioriza para que mais pessoas possam ter acesso aos planos de saúde?

A saúde suplementar atravessa um momento de grandes desafios. Custos assistenciais em altos patamares, prejuízos operacionais e mudanças legislativas com impacto setorial são alguns exemplos. Mas estamos falando de um setor dinâmico e resiliente, que ao longo dos anos vem cumprindo seu papel de aliviar a forte demanda sobre o sistema público.

O Sistema Unimed atende 10% dos brasileiros, uma vez que cuidamos de mais de 20 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos, tendo aplicado R$ 74,8 bilhões no atendimento aos nossos beneficiários apenas em 2022. Isso significa dizer que nós produzimos saúde no Brasil de forma expressiva e, como agente dessa complexa cadeia produtiva, também somos parte da solução.

É possível pensar em um ecossistema em que setores público e privado dialoguem e troquem informações com foco em soluções que beneficiem cada vez mais a população?

Sim, e temos diversos exemplos locais de colaboração na prestação de serviços, na troca de informações, na cessão de ferramentas de telessaúde ao SUS e no enfrentamento de desafios comuns, como a pandemia. Os planos de saúde já cuidam de 25% da população brasileira e, em algumas regiões, essa taxa é ainda maior. Uma das frentes em que investimos é o registro eletrônico de saúde. O projeto que lançamos em 2010 serviu de base para a Rede Nacional de Dados em Saúde. A cooperação público-privada torna o sistema mais eficiente como um todo, integra a jornada de cuidado e beneficia o cidadão, esteja ele na rede pública ou privada.

O Sistema Unimed é composto por 340 cooperativas médicas. Como a empresa se organiza para garantir o padrão de atendimento em um país tão amplo e diverso?

A Unimed é o único modelo, na saúde suplementar, que se organiza a partir do cuidado médico. Contamos com uma rede de mais de 30 mil serviços de saúde parceiros em todo o País e investimos fortemente em rede própria – são 157 hospitais gerais e hospitais-dia, além de clínicas, unidades de urgência e serviços de diagnóstico. Estamos presentes em nove de cada dez municípios brasileiros e, portanto, mais próximos da população, o que nos possibilita conhecer de perto a realidade e as necessidades relacionadas à saúde e desenvolver serviços mais assertivos para cada localidade.

Inovação e tecnologia são um dos caminhos para garantir eficiência e qualidade de atendimento. Que ações nesse sentido já vêm fazendo diferença na Unimed?

A inovação e a tecnologia já transformaram a forma como os serviços de assistência médica são entregues e gerenciados nas nossas cooperativas. A análise de dados e a inteligência artificial são cada vez mais utilizadas para avaliação de riscos e previsão de necessidades de cuidados, permitindo uma gestão mais proativa da saúde, bem como a eliminação de repetições, desperdícios e fraudes. Estamos implementando um núcleo de inteligência em saúde de alcance nacional, com aplicações de analytics, big data e inteligência artificial que vão subsidiar a definição de políticas e diretrizes assistenciais.

Quais desafios legais e regulatórios impactam a busca por maior segurança assistencial e jurídica?

O setor necessita de previsibilidade e regras claras para todos os envolvidos. Sem isso, os conflitos e a judicialização aumentam, torna-se mais difícil calcular o risco das operações e os preços tendem a subir. Segurança assistencial, jurídica e econômica é uma condição essencial para tornar os planos mais acessíveis.

O investimento na Atenção Primária, com programas de prevenção e promoção à saúde, pode mudar o cenário das operadoras?

Esse é um modelo que possibilita uma abordagem integrada e coordenada para a gestão da saúde, permitindo diagnósticos precoces, manejo adequado de condições clínicas crônicas e prevenção de agravos. A Unimed conta com 411 programas de promoção da saúde e prevenção, o que representa 63% do total dos programas aprovados pela ANS, além de 97 experiências de Atenção Primária à Saúde.

Fonte: Portal Terra