Ao longo dos anos, o cooperativismo tem ganhado força e aumentado a sua representatividade no Brasil. O número de cooperados ultrapassou a marca de 20 milhões em 2022 ante 18,8 milhões registrados em 2021. A maior parte deles foi constatada no ramo de crédito (75%), seguido por consumo e infraestrutura. Já o faturamento do setor chegou a R$ 624 bilhões no ano passado. Os dados constam no AnuárioCoop – Dados do Cooperativismo Brasileiro, divulgado recentemente pelo Sistema OCB.
Um fato que tem chamado atenção é o aumento da participação feminina no cooperativismo. Somente no ano passado, o percentual de mulheres associadas chegou a 41% do total dos mais de 20 milhões de cooperados. Elas estão mais presentes nos ramos: consumo, crédito, saúde e trabalho, produção de bens e serviços.
A geração de empregos também foi destaque do setor em 2022, atingindo um número de mais de 524 mil empregos diretos, conforme o levantamento. O ramo agropecuário foi o que mais empregou (48%), seguido do ramo saúde (26%).
Houve aumento também do número de mulheres no comando das cooperativas. No ano passado, por exemplo, elas representaram 22% do total de dirigentes no setor. Entre elas está Carolina Ramos, diretora-superintendente da Unicred Central Multirregional. “Apesar da presença dos homens ser predominante no mercado financeiro, observamos que nós, mulheres, estamos conquistando espaço e fazendo valer o espírito cooperativista. Em nossa Central quase 60% dos colaboradores são mulheres e prezamos muito pela diversidade”, ressalta.
Sobre a trajetória do cooperativismo, Carolina Ramos diz que houve avanços significativos, mas que o crescimento ainda é tímido se comparado a outros países. “Na Alemanha, o sistema de cooperativismo é maduro e 35% da população usufrui dos serviços de cooperativa de crédito. No Brasil esse percentual é de 8%. Nós temos um grande potencial e muito o que crescer, mas a população ainda precisa conhecer mais dos diversos benefícios que o cooperativismo oferece. É necessário quebrar paradigmas para prosperar”, enfatiza.
A diretora lembra que, se por um lado os bancos têm fechado as agências e reduzido o número de funcionários, por outro, as cooperativas têm ampliado a participação, tanto digital quanto presencial. “Nossos cooperados não abrem mão de um atendimento exclusivo e consultivo dos nossos gerentes e assessores de negócios, pois conseguimos avaliar cada necessidade e oferecer a solução certa para cada um deles. Nosso propósito é fazer com que todos os cooperados sejam ganhadores”
De acordo com Carolina Ramos, nas instituições financeiras são os acionistas majoritários que definem os rumos e se beneficiam dos lucros, já nas cooperativas todos os cooperados participam dos rumos delas, através das assembleias. Ela ressalta que, em 2022, as sobras – resultados das cooperativas – cresceram de forma substancial na Unicred, atingindo um patamar record. Parte desses recursos é reinvestido na cooperativa, em programa de educação financeira e na sustentabilidade do negócio para que possa progredir. As sobras acabam voltando, de alguma forma, para o cooperado e, muitas das vezes, retornam diretamente para sua conta capital ou corrente”, explica.
Atualmente, o sistema Unicred está presente em 23 estados, mais o Distrito Federal. Ao todo são 283 mil cooperados, 30 cooperativas singulares e 354 pontos de atendimentos em todo o Brasil. São quatro Centrais cooperativas e uma Confederação. A Unicred trabalha com todas as soluções de instituições financeiras por meio da oferta de cartão de crédito, capitalização, consórcio, crédito imobiliário, seguros, entre outros produtos.
Por fim, a diretora antecipa que o sistema Unicred tem planejamento estratégico e audacioso de expansão. A Unicred, assim como todo o sistema cooperativista, está passando por um momento de franca expansão. “Nos últimos cinco anos, estávamos em dez estados e hoje estamos em 23, além do Distrito Federal”. Ela acrescenta que a meta da OCB é que o cooperativismo gere R$ 1 trilhão em forma de renda, inovação e oportunidade até 2027.
Fonte: Interface
