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Cooperativismo é naturalmente uma marca líder

A ciência que se inspira na natureza na busca por estratégias, formas e soluções para qualquer área de conhecimento humano, a biomimética, foi apresentada na Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023, nesta quarta-feira (9). Com base nessa ciência, o designer Fred Gelli, cofundador e CEO da Tátil Design, proferiu a palestra: Qual marca sua marca deixa pra nós? A sustentabilidade ambiental e as novas formas de engajar e fidelizar público e clientes foi explicada pelo CEO em uma palestra imersiva no mundo natural.

“Marcas com propósito conseguem se conectar mais rapidamente com os consumidores. Marcas inovadoras, relevantes e admiradas são capazes de gerar maior fidelidade. Que tal, então, sua marca coop ser uma referência nesse novo espírito do tempo?”, iniciou o CEO, ao explicar que as inspirações presentes na natureza sempre fizeram parte de seu processo criativo, mesmo quando muitos desacreditaram de suas ideias.

“Comecei a utilizar essa ciência ainda na faculdade, produzindo a partir de materiais recicláveis, em 1989. Na época, todos diziam que eu estava maluco, mesmo explicando o conceito do ecodesign e os termos de proposta de valor. Hoje, nossa agência é certificada dentro dos indicadores ESG e nos tornamos especialistas em marcas. Falamos bastante de design thinking, que é a ideia de pensar processualmente e ter uma abordagem de jornada de consumo, os nossos amados post-its. Mas provocamos e complementamos essa visão com o design feeling, que leva em conta as soluções de baixo impacto ambiental, mas alto impacto sensorial. Utilizamos, inclusive, essa técnica nas Paralimpíadas de 2016 com obras que vibram e pulsam”, explicou.

Tudo que há na natureza instiga o processo criativo de Gelli. A questão da diminuição do lixo e o papel da reciclagem o levaram a propor a seus clientes embalagens biodegradáveis para reduzir os impactos ao meio ambiente. O CEO também observa o propósito das ‘embalagens naturais’ e afirma que se inspira nas cascas das frutas como banana e mexerica, por exemplo, na própria atmosfera do planeta e até mesmo na ‘super embalagem’ que é a barriga de uma mulher gestante.

“Temos um desafio evolutivo diante da perspectiva de futuro como homo consumos, um lugar bastante delicado onde todos vivemos de vender coisas para alguém. Temos que desatar nós nas questões ambientais, climáticas e energéticas. Há ainda a Inteligência Artificial, um desafio criativo diante de nós, e há a Inteligência Natural como um contraponto para reinventar o presente e garantir futuros desejáveis. A natureza tem muito a nos dizer, afinal, são 3,8 bilhões de anos de evolução e hoje temos 15 milhões de espécies desenvolvendo estratégias para inovar e evoluir. E inovar é a capacidade de conectar coisas que não foram feitas antes”, pontuou.

Gelli fez um comparativo da evolução dos humanos a outras espécies e enfatizou que no reino animal há muita cooperação, especialmente entre os insetos. “O humano é o único mamífero que se junta em quantidades enormes para promover algo em comum. Os outros mamíferos se unem, mas em grupos menores para estabelecerem espaços. O fato é que as motivações para cooperarmos podem ser ideológicas, religiosas, financeiras, mas basicamente o que está por trás é o propósito. A economia do grupo deve ser distributiva e regenerativa por natureza. Assim como o planeta que se reinventa, precisamos mudar e garantir nossa sobrevivência. E isso tem a ver como trabalhamos e paramos”, destacou.

O designer salientou que as grandes corporações concentram as maiores competências, e, logo, precisam se organizar para atuar de maneira similar à lógica do cooperativismo, que se utiliza da união de pessoas dispostas a levar ganho para todos ao invés de concentrar renda. “Tivemos a transformação digital e agora estamos na transformação ESG, que tem tudo haver com o futuro que queremos desenhar. Todo negócio terá que gerar impactos positivos e tem que ser social. É necessário diversificar, selecionar e amplificar para promover a diversidade. Quanto mais diverso é o ecossistema, mais resiliente ele é. Isso está presente no cooperativismo que não tem a hierarquia clássica de uma empresa, as decisões mais rápidas são tomadas nas pontas”.

De acordo com ele, o equilíbrio entre competir e cooperar é saudável e a marca cooperativismo já traz em sua identidade princípios e valores com capacidade de criar diferenciação e aumentar a procura pelo modelo de negócios. “Uma marca forte constrói reconhecimento, entrega percepção de qualidade, cria associações desejáveis e conquista preferência. Marca não é promessa, é entrega. O branding é contínuo e precisa evoluir. Reforço, marcas fortes ocupam lugar na cabeça da gente, as marcas amadas nos induzem a ter uma conexão emocional, mas as marcas protagonistas são, além de fortes e amadas, responsáveis na construção de um futuro melhor. O cooperativismo tem naturalmente habilidade e protagonismo na construção desse futuro melhor porque, além de tudo, gera valor compartilhável”, completou.

Acesse a apresentação aqui.

Fonte: InovaCoop