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O que as cooperativas podem nos ensinar sobre a longevidade?

Um conceito que busca ampliar o tempo e qualidade de vida de pessoas e negócios. Não é por acaso que a longevidade entrou em destaque nos maiores debates sobre as tendências da atualidade. Essa visão de mundo vem conquistando um outro patamar e se tornado a cara da pós-pandemia.

Em seu significado literal, longevidade que dizer durabilidade e resistência. Na contemporaneidade, essa prática representa a capacidade de enfrentar as adversidades da melhor maneira e, assim, continuar vivendo com o máximo de plenitude possível.

As esferas saúde e sociedade sempre estiveram muito interligadas quando se fala em longevidade. Entretanto, a realidade hoje traz o consumo e o mercado também para esse universo. Juntos caminhando para um único sentido. Mas como?

Tomar decisões no presente baseando-se em objetivos futuros não é uma prática inédita. O que muda agora é forma de se fazer isso e as prioridades advindas dessa escolha.

A humanidade evoluiu e com ela as demandas, dinâmicas e urgências. Enquanto as pessoas buscam viver mais e melhor, as empresas buscam oferecer soluções para os inúmeros problemas que podem prejudicar esse propósito. Uma sociedade mais consciente exige corporações mais conscientes. E aí entram em jogo as cooperativas.

Os institutos e fundações de cooperativas nasceram para serem braços dessas instituições exercendo um importante papel na promoção de assistência e desenvolvimento social das comunidades ao mesmo tempo que contribuem para a continuidade e disseminação da cultura cooperativista. É nesse contexto que a longevidade surge como grande diferencial – e potencial.

Para entender como o cooperativismo e a longevidade podem ser a combinação perfeita, conversamos com as organizações representantes de grandes cooperativas brasileiras.

UMA VIA DE MÃO ÚNICA: como o movimento cooperativista se relaciona com o conceito de longevidade?
“As cooperativas, em todo o mundo, operam de acordo os mesmos princípios fundamentais e acreditamos que este é o principal elo entre o cooperativismo e longevidade. Aqui, no Sicredi, vivemos e fomentamos os princípios do cooperativismo, contribuindo com a longevidade da vida dos associados, agregando renda e qualidade de vida nas regiões em que estamos presentes” – Francieli Muller Prado, Especialista em Inclusão, Diversidade e Equidade da Fundação Sicredi

“O movimento cooperativista contribui para o desenvolvimento econômico e social, unindo as pessoas em prol da produtividade e sustentabilidade, promovendo mudanças de comportamento com ações voltadas ao bem-estar físico e mental, proporcionando uma melhor qualidade de vida em busca da longevidade” – Sonara Ramos, Diretora da Fundação Aury Bodanese (mantida pela Aurora Coop)

“A relação é de respeito, consideração e gratidão, com programas, produtos e serviços e diversas soluções destinados a este público, visando permitir a ativa participação na vida da cooperativa” – Luiz Panzer, Executivo do Cresol Instituto

UMA MUDANÇA DE MINDSET: qual é a importância de ter a longevidade como base de atuação?
“Discutir cada princípio e valor do cooperativismo pelas lentes da longevidade fornece um ponto de partida para a promoção de um movimento cooperativista mais inclusivo e eficaz. Sabendo que existem barreiras históricas, culturais, raciais e econômicas em muitas organizações que impedem as pessoas de participar plenamente dos benefícios da cooperação, na Fundação Sicredi, as iniciativas e programas desenvolvidos e oferecidos aos associados e comunidade, tem como pressuposto fundamental ser acessível para todas as pessoas” – Francieli Muller Prado, Especialista em Inclusão, Diversidade e Equidade da Fundação Sicredi

“É necessário reciclar nossos conhecimentos e atitudes de forma saudável, a fim de usufruir melhor a longevidade. Nossos programas sociais e projetos contam com o auxílio dos voluntários, estão comprometidos com ações voltadas à responsabilidade social para os empregados da mantenedora Aurora Coop, assim como, para a comunidade” – Sonara Ramos, Diretora da Fundação Aury Bodanese

“Por natureza dos negócios cooperativos, ter presente a história e valorizar o pioneirismo, ajuda a assegurar a essência das cooperativas, mesmo que haja um crescimento das estruturas, sempre ter presente a força de vontade e o protagonismo dos pioneiros, ajuda a preservar a história e garantir a perenidade, respeitando a iniciativa de quem deu início ao negócio cooperativo” – Luiz Panzer, Executivo do Cresol Instituto

TENDÊNCIA: qual o impacto da longevidade na sociedade?
“Vemos o impacto dessa lógica sustentável, de longevidade da vida de pessoas e negócios, baseado no cooperativismo, com muito positivo para as comunidades. Há um consenso entre muitos atores, incluindo as Nações Unidas (ONU), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Aliança Cooperativa Internacional (ICA), de que as cooperativas são um tipo de organização que mais tem potencial de atuar para minimizar todas as dimensões da pobreza e da exclusão. Deste modo, as cooperativas estão bem-posicionadas para contribuir com o triplo objetivo econômico, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. Essa perspectiva e movimento em muito vem a contribuir para a sociedade, sobretudo pelo impacto de uma atuação sustentável e responsável, que as cooperativas podem gerar nas comunidades onde estamos presentes” – Francieli Muller Prado, Especialista em Inclusão, Diversidade e Equidade da Fundação Sicredi

“Estamos em processo de crescimento pessoal, social e institucional. Para isso, é necessário cuidar do indivíduo para termos uma sociedade com longevidade. Como não há um padrão a ser seguido, precisamos estimular hábitos saudáveis que beneficiem o corpo e a mente, alcançando, desta forma, a uma melhor qualidade de vida, no entanto é necessário cuidar da saúde física e espiritual. A longevidade nos proporciona impactos positivos, que vão muito além de vida longa, e sim de qualidade de vida, podemos contribuir com a comunidade por meio de ações voluntárias, a exemplo as ações realizadas através do Programa Amigo Energia da FALB, que tem como objetivo promover a inserção dos voluntários na comunidade, através das realizações de ações socioambiental” – Sonara Ramos, Diretora da Fundação Aury Bodanese

“Eu diria que não se deve tratar a longevidade como aposta, pois este público tem uma relevância importante nos negócios e na economia. A elevação da expectativa de vida é um fator real e saber entender esse público como fator importante na composição do quadro social, ajuda a garantir condições de ampliação de negócios e que dá a cooperativa uma dinâmica viva na comunidade” – Luiz Panzer, Executivo do Cresol Instituto

Por Fernanda Ricardi – Matéria publicada na Revista MundoCoop edição 110