O setor cafeeiro conta com expressiva participação do cooperativismo, que é responsável por 55% da produção nacional de café. O grão reúne fãs em todo o mundo e suas versões especiais estão sendo cada vez mais requisitadas. Para avançar nas políticas de incentivo à produção de café, o Congresso Nacional relançou, nesta terça-feira (28), a Frente Parlamentar do Café, que contou com a participação do Sistema OCB e de cooperativas com forte poder competitivo dentro e fora do país.
“Sou cooperado de uma cooperativa de café, a Cocapec (SP), e falo com propriedade sobre a excelência dos nossos produtos e dos processos de capacitação e assistência técnica rural para que nossos cooperados tenham aumento de safra e ganho de escala. Sabemos que temos desafios e também oportunidades para a agricultura brasileira, especialmente, na cultura do café. Nós, cooperativistas, temos potencial para colaborar ainda mais com a produção nacional repassando nossas práticas que seguem regras socioambientais e que garantem a rastreabilidade tão requisitada no exterior”, considerou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Para o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Francisco Miranda, a frente é necessária porque atua como um canal de interlocução permanente com o governo. “Como chegar do interior e ter um local de apoio para passar os nossos problemas? A frente nos ajuda. Porque nada se move sem a política”, destacou.
O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Arnaldo Jardim (SP) prestigiou o evento acompanhado também do ex-presidente do colegiado, o deputado Evair de Melo (ES) que é vice-presidente da frente do café. Evair disse que “os frutos plantados hoje, com a frente e com a união das entidades do segmento, serão colhidos com louvor daqui a 15 anos”.
Já o deputado Diego Andrade (MG), também membro da Frencoop, se debruçou na questão do seguro específico para o setor. Segundo ele, dentro da frente do café terá um grupo para trabalhar e aprofundar esta temática. “Como já acontece no segmento habitacional, queremos proteger a safra e o produtor. Não podemos mais permitir que todo o risco da produção fique com o produtor. Este é um segmento que gera emprego e com certeza as cooperativas poderão nos ajudar nesse processo. Precisamos de um produto simples e eficiente”, declarou o parlamentar.
A representante da Organização Internacional do Café (OIC), Vanusia Nogueira, anunciou que na próxima quinta-feira (30) será apresentado o Fundo para Sustentabilidade e Resiliência do Café. Ele será composto por recursos governamentais e da iniciativa privada para pesquisa, promoção e assistência técnica em todo o mundo.
Política Nacional
Entre as propostas em tramitação no Congresso Nacional defendida pelo segmento está o Projeto de Lei 6.021/19, do deputado Evair de Melo. A matéria cria a Política Nacional de Incentivo à Produção de Café de Qualidade com a finalidade de impulsionar a exportação, elevando o padrão de qualidade por meio de estímulo à produção, industrialização e comercialização de cafés especiais.
A proposta assegura aos produtores instrumentos para o ganho de qualidade como capacitação, assistência técnica, extensão rural, crédito agrícola, parcerias público-privadas, entre outros. O projeto aguarda votação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), cuja relatoria é do membro da Frencoop, deputado Pedro Lupion (PR). O texto está pautado para ser analisado no próximo dia 29 de março pelo colegiado. Caso seja aprovado, seguirá para o Plenário da Câmara.
Prestígio
O evento contou com a presença de mais de 200 pessoas e com a participação de mais de 40 autoridades nacionais, estaduais e internacionais. Entre as cooperativas convidadas, a maior produtora de café do mundo, a mineira Cooxupé. O cooperativismo esteve representado também pelas cooperativas de Cafeicultores e Agropecuaristas a Região de Franca (Cocapec); Agrária dos Cafeicultores do Sul de São Paulo (Casul); Mista de Adamantina (Camda); Agroindustrial de Varginha (Minasul); Central dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais Ltda (Coccamig); de Cafeicultores da zona de Três Pontas (Cocatrel); de Produtores Rurais (Coopercitrus); além do Sistema OCB/ES e do Sicoob Nacional.
Fonte: SomosCooperativismo