“Essa semana é para desenvolver caminhos para o futuro e detalhar as etapas. Precisamos tratar de competitividade para mostrar nossa força dentro das estratégias de ESG. Vamos manter nossa âncora de princípios e valores no ESGCoop, porque ele já está em nosso DNA. Criaremos juntos métricas e caminhos para avançarmos ainda mais, em especial, nos comitês de mulheres e jovens que são as lideranças para a transformação.”
O anúncio caloroso do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, fez referência ao lançamento do Programa ESGCoop, programa que reúne estratégias de governança, social e ambiental dentro do modelo de negócios cooperativista. A fala foi proferida durante a abertura da Semana de Competitividade, nesta terça-feira (23), em Brasília. Segundo ele, quatro temas devem balizar o futuro de competitividade do coop: inovação; inteligência e estratégia de mercado; ESG no Coop; e formação de novas lideranças. O Sistema OCB/RJ é representado no evento pelo presidente Vinicius Mesquita, pelo superintendente Abdul Nasser, e pelos gerentes Jerusa Marques e Cláudio Salvador e pelos analistas Monique Neves, Douglas Lopes, Mariana Freitas, Lucas Oliveira e Fabiana Andrade.
“Somos uma força econômica e social muito forte que cria caminhos para o futuro. Politicamente, já temos representatividade no Parlamento e devemos ampliá-la para que nossas ideias sejam defendidas e possamos avançar em marcos regulatórios e na elaboração de políticas públicas para nosso movimento”, afirmou o presidente.
Outro ponto destacado por ele foi o leque de oportunidades que podem surgir no mercado exterior. “Minha presença estratégica no Conselho da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), abre caminhos para a internacionalização dos nossos negócios. Por isso, espero que todos saiam daqui entusiasmados com a missão de transformar cada dia mais. Amanhã, vou deixar um desafio a vocês”, instigou.
Em um bate papo descontraído, a chief purpose partner da EB Capital, Tarsila Reis, e o CEO do grupo Anga, José Dario Neto, ressaltaram a importância do cooperativismo para o cenário econômico mundial e reforçaram como ele está alinhado às estratégias de ESG.
“O cooperativismo já tem em sua raiz o ESG. A governança deve ser o primeiro pilar a ser construído porque não é mais uma questão de controle, mas de estratégia. O cooperativismo tem que assumir seu papel e refletir sobre quatro aspectos neste processo de construção: ambiental; inovação e acesso às tecnologias; equidade e diversidade; e liderança e governança para criar métodos e indicadores. O cooperativismo é o que o mundo precisa, porque o social e o econômico são compatíveis. E este meio lucrativo de servir a sociedade é ESG”, analisou Tarsila.
O CEO Dario, por sua vez, afirmou que os conceitos de ESG tendem a evoluir, como aconteceu com os Objetivos do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU), para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo ele, o cooperativismo será o maior protagonista nesta estratégia de negócios, sobretudo, porque as novas gerações estão alinhadas a uma economia mais verde e mais solidária.
“Temos cerca de 50 milhões de jovens brasileiros. Destes, 8 em cada 10 estão associados às questões ambientais e sociais. Estamos falando deum quarto da população brasileira. Os agentes públicos e privados têm se aproximado de organizações que praticam ESG. A América Latina, por sua origem sustentável, tem número crescente de investidores buscando empresas alinhadas à ESG. Estes três motivos reforçam que o Brasil precisa de lideranças competitivas e o cooperativismo é a vanguarda da estratégia ESG. As cooperativas podem fazer ainda mais investindo em ESG”, pontuou.
Na sequência, a superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella, contou como foi construída a iniciativa para a criação do Programa ESGCoop. “Durante meses ouvimos, por meio de um grupo de trabalho, as Unidades Estaduais e as cooperativas que já estão tratando da pauta, bem como fornecedores e parceiros, para saber o que está sendo feito no mundo. Nesse processo, foram encontradas excelentes e avançadas propostas, que estão contempladas em nosso programa. Nosso projeto está alicerçado em quatro pilares: o mapeamento de ações já realizadas no coop; a definição e organização de indicadores conectados com nossos negócios; a escolha de caminhos coletivos que gerem impactos positivos; e a formação de lideranças ESG”, explicou.
Potencial para liderar
Tânia também falou sobre o potencial do coop para liderar a transformação ESG e as oportunidades que a estratégia pode trazer para o movimento. “A partir deste ano, todas as instituições financeiras do Brasil — incluindo as cooperativas de crédito — serão obrigadas a divulgar informações sobre os riscos sociais, ambientais e climáticos das iniciativas que financiam. É esperada também a abertura de linhas de crédito específicas para projetos que seguem os princípios ESG. No mercado internacional, cerca de 120 países só importam mercadorias produzidas de forma sustentável. Isso vale para o café, cacau, banana, têxteis e outros 300 produtos. O ESG é um caminho sem volta. Precisamos, portanto, organizar nossos indicadores para demonstrar que nosso modelo é ESG por essência”, asseverou.
Futuro
Para potencializar os negócios coop, Tânia reforçou a necessidade de dar continuidade a programas e projetos que abarquem a promoção da educação, o fomento ao desenvolvimento local, o combate e adaptação à emergência climática e a promoção da diversidade nos ambientes das cooperativas.
Ao final, a superintendente convidou integrantes dos comitês Geração C (jovens) e Elas pelo Coop (mulheres), do Sistema OCB para a leitura do Manifesto ESG Coop. Confira!
Fonte: SomosCooperativismo